Depois de muita lengalenga, parece que a siderúrgica Cevital vai, enfim, sair do papel e ser erguida em Marabá. Nesta quarta-feira (28), o titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Adnan Demachki, vai estar na cidade para se reunir com vereadores e representantes da Associação Comercial e Industrial de Marabá (ACIM) a fim de tratar do assunto. A portaria de diárias para a vinda dele foi publicada no último dia 26, no Diário Oficial do Estado.
Segundo fofocas de rodas políticas na capital, após intensas negociações, a Cevital aceitou baixar o volume de sua produção e se fixar em Marabá. A mineradora Vale deve honrar o compromisso de ofertar alguns milhões de toneladas de minério de ferro a custo quase zero para com que a siderúrgica possa trabalhar. Tudo isso acontece após um sigiloso relatório encomendado pela Cevital à Vale demonstrar não era possível nem viável implantar o empreendimento. Agora, o estudo está sendo refeito para alcançar a viabilidade, e já está praticamente fechado que a Cevital desembarcará em Marabá.
Por outro lado, não se sabe por quais razões algumas pessoas ventilaram que a Cevital teria contratado a empresa sul-coreana Posco para fazer o estudo de viabilidade da siderúrgica e que a contratada teria recomendado que não seria negócio para a Cevital se instalar da maneira como pretendia, sem as contrapartidas da Vale no tocante à cessão de minério de ferro e à concessão de infraestrutura de transporte. A história parece “jogada de marketing” para deixar a população confusa e, ao mesmo tempo, não criar expectativas sobre o negócio bilionário.
Rompido esse entrevero, a expectativa é de que Adnan anime a cúpula marabaense com as notícias que vai trazer, inclusive sobre a Ferrovia Paraense, um megaprojeto de infraestrutura que, em seu traçado, cortará o município de Marabá. A ferrovia está praticamente viabilizada e terá licença concedida em meados de agosto pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).
QUEM É ADNAN DEMACHKI?
O titular da Sedeme está correndo para todos os lados atrás de iniciativas que beneficiem o sudeste paraense por acreditar no potencial da região, na qual, aliás, ele é radicado. Adnan é, atualmente, o melhor nome que o queimadíssimo ? principalmente em Marabá ? governador Simão Jatene tem para lançar em 2018, visando ao Governo do Pará.
Ex-prefeito de Paragominas, ele é um dos responsáveis pela transformação radical daquele município, que, atualmente, é exemplo de sucesso no Brasil como lugar de economia vigorosa e sem crises de desemprego. Por diversas ocasiões, a cidade da qual foi gestor tem sido referenciada na mídia nacional como “mais invejada da Amazônia” por causa da reviravolta que Adnan ajudou a construir.
Quando ainda prefeito, ele desfez o estigma de “Paragobalas” e alçou a cidade à condição de “Paragoverde” e “Parisgominas”. Adnan Demachki recebeu o município com menos de 30% das vias urbanas pavimentadas e, ao sair, entregou com 80% de asfaltamento. Entre 2005 e 2012, trabalhou arduamente para potencializar os indicadores sociais e conseguiu: passou Paragominas ao gestor seguinte com Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) evoluído em quase 40% em relação à medição anterior, feita em 2000.
Em sua gestão, ele aumentou a expectativa de vida média do paragominense em mais 5 anos; alavancou em 50% a renda per capita local; ampliou o acesso a todos os níveis de educação, reduzindo pela metade a taxa de analfabetismo; fez cair a taxa de extremamente pobres de 15,5% para 7,5%; ampliou serviços de água encanada, luz elétrica e coleta de lixo; e fez cair a praticamente metade a taxa de mortalidade infantil.
Nos anos de 1980 e 1990, Paragominas foi considerado um dos municípios que mais desmatavam na Amazônia e, também, um dos mais violentos do mundo. (Ulisses Pompeu)
Fonte: Correio de Carajás
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