Sem motivo aparente, Raimundo Nonato dos Santos ateou fogo em um barraco no qual dormia uma menina de apenas sete anos, na madrugada desta quarta-feira (23). A vítima só saiu ilesa porque o filho do próprio incendiário entrou no local em chamas e a socorreu. Ele é acusado, ainda, de ter agredido a vizinha, mãe da criança, Maria Sueli Mulato de Oliveira, 40 anos.
O Núcleo Integrado de Operações Policiais (Niop-190) foi acionado por volta das 4 horas com a informação de que uma mulher estava sendo agredida na Invasão do Aeroporto, Núcleo Cidade Nova, em Marabá. Uma guarnição da Polícia Militar seguiu para o endereço informado e ao se aproximar encontrou uma mulher, na Rua Almirante Tamandaré, gritando que a casa dela estava pegando fogo.
Quando chegaram ao imóvel em chamas, a proprietária na residência apontou Raimundo dos Santos como o causador do incêndio, o que foi confirmado pelo próprio filho de Raimundo e outros moradores da rua. O homem foi localizado na casa da sogra e resistiu a prisão, tendo que ser imobilizado pelos militares.
No local, a guarnição foi informada que Raimundo é conhecido por ser bastante agressivo com todos na vizinhança. Ele foi encaminhado à 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil, onde foi apresentado por volta das 5 horas para o delegado plantonista, Jailson Lucena, sendo autuado em flagrante por incêndio e lesão corporal.
“A Polícia Militar conduziu essa pessoa. Inicialmente a chamada era por agressão física, mas a vítima fugiu após a agressão, buscando socorro e, nesse tempo, o acusado ateou fogo na casa dela, onde estava no momento uma criança. A menina foi socorrida pelo filho do próprio agressor e retirada da casa em chamas”, resumiu, acrescentando que o homem foi autuado em artigo que destaca ser destinado a habitação o imóvel incendiado pelo infrator. O homem foi colocado à disposição do Poder Judiciário que deverá determinar se ele permanece ou não encarcerado.
Maria Sueli contou ao CORREIO que morava há quatro anos no local com a filha e não entende porque o vizinho resolveu atacá-las em meio à madrugada, alegando não ter qualquer desentendimento com ele. “O vizinho chegou doido e ateou fogo na minha casa. Ele tascou a mão na minha cara que eu cheguei a cair. Eu estava lá quando ele chegou e bateu, aí eu saí fora. A gente ainda discutiu e ele tacou fogo na minha mão e eu caí”.
Ela afirma que após ser agredida correu com medo e ainda foi perseguida por alguns metros. Buscando ajuda, a mulher acabou deixando a criança para trás e foi até a residência de outro vizinho, onde pediu socorro. “Ele me socorreu e disse que ia chamar a polícia. Eu nem sei o nome desse homem, conheço só como Raimundo lá na invasão. Ele conversava comigo, ele me dava fumo, nunca tive problema com ele. Não sei o que ele queria, ele é casado, não tinha motivo nenhum comigo”, comentou.
Ela disse também que pouco tempo depois, da casa do outro vizinho, viu que o barraco onde vivia estava pegando fogo lá. “O filho dele passou e me disse que o pai dele tinha tacado fogo na minha casa. Na hora pensei na minha filha. Queimou documento, laudo médico que eu tenho, queimou tudo o que eu tinha, fiquei com nada dentro de casa. Quando a polícia veio eu voltei lá, pensando que tinha matado a minha filha, quando cheguei lá tinha queimado tudo, mas tinham tirado ela”, afirmou.
A própria criança contou para a Reportagem que quando acordou viu o fogo em cima dela. “Eu já tava tossindo, tava só o fogo, aí ele me pegou e tirou de lá. Vi que a minha casa estava pegando, o Corpo de Bombeiros chegou e apagou o fogo, aí a polícia chegou”, relatou. O CORREIO tentou ouvir a versão de Raimundo na delegacia, mas ele se recusou a falar com a Reportagem. (Luciana Marschall com informações de Josseli Carvalho)
Fonte: Correio de Carajás
Divulgar sua notícia, cadastre aqui!