Criada por inciativa de amigos que amam animais, a ONG Associação dos Amigos e Protetores dos Animais (AAPAMA) vem passando por sérias dificuldades para continuar realizando resgates e tratamentos de cães e gatos de rua. Sem apoio de órgãos governamentais, a ONG vive apenas de doações de amigos dos animais, mas essa ajuda não supre a demanda para custear os tratamentos que os animais precisam passar e para comprar ração.
Com uma dívida de R$ 4,1 mil na clínica veterinária que dá assistência aos animais recolhidos das ruas pela entidade, muitos vítimas de maus tratos e atropelamento, a AAPAMA se viu obrigada esta semana a suspender o resgate de animais. Decisão que não foi nada fácil para a presidente da ONG, Bianka D’Lavour.
Com os olhos marejados, ela conta que partiu o coração dela e de outros protetores dos animais suspender o resgate. Ainda mais, lamenta Bianka, que diariamente tem casos de animais abandonados em estado críticos pelas ruas da cidade, muitos precisam passar por tratamentos e até cirurgias.
Os custos para isso, mesmo com a parceria da clínica, são elevados e, sem uma renda fixa, fica difícil seguir com o trabalho. Por isso, ela faz apelo a todos que gostam e amam animais que ajudem, colaborando com qualquer quantia, para quitar a dívida com a clínica e os resgates voltarem a ser feitos.
Mesmo suspenso o resgate, só está semana surgiram dois casos de animais, que foram atropelados e tiveram fraturas graves, que parceiros da ONG fizeram o resgate e os animais estão internados. A conta desses tratamentos, se não houver doações para a ONG, será assumida pelas pessoas que levaram os animais.
Bianka lembra que o trabalho que entidade faz ajuda muito a saúde pública do município, porque os animais retirados das ruas poderiam ser hospedeiros de doenças, como a Leishmaniose e raiva, que podem ser transmitidos ao ser humano. Ainda mais, observa ela, que a cidade até hoje ainda não implantou o Centro de Zoonozses, que iria ajudar nesse controle populacional de animais errantes.
“O nosso trabalho é muito importante. Cada animal que retiramos das ruas poderia ser um transmissor de doença. Por isso, pedimos apoio também do poder público para nos ajudar nesse trabalho, que é mais que um gesto de amor, está salvando vidas”, argumenta Bianka, segurando a cadela Bombom, que ela adotou após o ser resgatado em situação crítica, vítima de maus tratos, inclusive foi esfaqueada.
Os animais resgatados das ruas ou de situação de risco, como vítimas de maus tratos, são tratados e, depois de recuperados, são colocados para adoção. Nos cinco anos de existência da AAPAMA, mais de 1.200 animais foram adotados em mais de 20 feiras para adoção.
Para adotar um animal, a pessoa precisa preencher um termo de adoção, se comprometendo em cuidar do animal. A ONG também faz o acompanhamento nos primeiros dias de adoção, para saber como está sendo a adaptação do animal ao novo lar e se está sendo bem tratado.
Por enquanto, a AAPAMA faz apenas resgate de cães e gatos, porque não tem sede para abrigar animais de maior porte. Os animais resgatados são levados para casas de protetores, que são voluntários da entidade, até serem colocados para adoção.
Uma das protetoras é Viviane Sodré, que há três anos abraçou a causa e se tornou mais uma voluntária da ONG. Na casa dela, atualmente, está 17 animais, alguns ainda em tratamento, que depois serão colocados para adoção.
“É uma alegria enorme quando a gente vê aquele animal, que estava em estado crítico e provavelmente ia morre, sadio novamente e sendo adotado. É um trabalho que não tem preço. É só amor”, define, também se dizendo arrasada com a suspensão do resgate.
A próxima feira de adoção de animal acontece neste sábado, 23, a partir das 16 horas, na feira do Lago, ás margens do lago do bairro Nova Carajás. Além de doações, para sobreviver a ONG também realiza bazar, com objetos doados, e vende copos e chaveiros, com a marca da AAPAMA.
Quem quiser colaborar, para que o trabalho da AAPAMA não pare, pode depositar qualquer quantia na conta da clínica veterinária Quatro Patas: Agência 3374-X/ Conta Corrente: 28858-6, Banco do Brasil. Ou então levar direto na sede da clínica, localizada na Rua A (início da rua), bairro Cidade Nova, em Parauapebas.
Quem quiser fazer doações para o bazar pode entrar em contato com a Bianka, através do número 94-99135-2101. Podem ser doadas roupas, calçados, bolsas e outros objetos que estejam em condições de uso. (Tina Santos)
Fonte: Correio de Carajás
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