Está previsto para esta segunda-feira, dia 2, o início de uma obra emergencial para recuperação parcial do trecho da Rodovia PA-150, entre Marabá e Jacundá, alvo de críticas pelas más condições e palco de acidentes constantes desde o ano passado. O comprometimento foi feito pelo secretário de Estado de Transportes, Kleber Menezes, em conversa gravada em vídeo com o deputado João Chamon e divulgada pela página do parlamentar no Facebook.
“Com muita humildade e atenção recebemos as críticas em relação à situação calamitosa e lastimável em que se encontra esse trecho de 85 quilômetros da PA-150”, afirma, explicando que entre 2012 e 2014 foram liberados recursos de “importância significativa, principalmente pela situação crítica que vivemos hoje em razão da conjuntura econômica” para a recuperação da rodovia, que liga o sul do Pará à Belém e é rota de escoamento até o porto de Barcarena.
“O estado investiu algumas centenas de milhões de reais para recuperar integralmente esta que é a principal via estruturante, a nossa espinha dorsal da logística de transportes do Estado do Pará. Este trecho em pouco menos de dois anos começou a apresentar sinais de problemas sérios no pavimento, com a formação de trilhas de roda imensas, com flechas de 20 a 25 centímetros e buracos, demonstrando que houve ruína da base do pavimento”, afirma.
De acordo com ele, após pressão da população, por meio de intervenção de parlamentares, foram realizadas ações emergenciais. “No campo administrativo, assim que constatamos a gravidade da situação contratamos perícia independente, por meio de licitação, que já fez relatório bastante denso com relação à situação e apontando as possíveis causas. Vamos abrir um amplo contraditório para as empresas que fizeram a obra e vamos demandar para encontrar os responsáveis para que possam ressarcir o Estado dos ônus que causaram, ao menos os financeiros porque as vidas que, por ventura, podem ter sido ceifadas ou podem vir a ceifar-se são irreparáveis”, declarou.
Ainda por meio da perícia, cujo laudo deverá ser finalizado e entregue em 30 dias, a Secretaria de Transportes pretende identificar qual a forma de resolver o problema definitivamente, ou seja, formular um projeto de reconstrução do trecho. Ao ser questionado se as empresas foram acionadas judicialmente acerca da situação, ele negou, mas informou que na última semana o Tribunal de Contas do Estado deu entrada com a tomada de contas especial.
“O que é muito oportuno e poderemos, inclusive sob a gestão da nossa Corte de Contas, buscar encontrar a melhor solução. Estamos absolutamente tranquilos que não prevaricamos e que estamos adotando todas as medidas preventivas e acautelatórias para que possamos encontrar as causas, punir os responsáveis e ressarcir o erário público”, disse.
Enquanto a burocracia trava essas questões, no entanto, ele ressalta que a segurança das pessoas precisa ser resguardada, o que resulta nas obras que devem ser iniciadas nesta próxima semana. “Existe outra questão que queremos tratar e que é justamente o risco à vida das pessoas que trafegam naquela estrada”. Segundo ele, após ser procurado pelo deputado João Chamon, seguiu até o trecho no último final de semana, para avaliar pessoalmente a situação.
“Imediatamente fomos à região, trafeguei pela estrada e fiquei indignado, pelo cidadão, pela situação crítica daquela estrada, mas principalmente pelo fato de que esse cidadão que se viu indignado é também responsável pela solução do problema”, observa. A entrevista foi gravada na última terça-feira (26) e, naquele dia, o secretário afirmou que a equipe da pasta estava definindo duas empresas a serem contratadas emergencialmente para oferecerem solução parcial, mas que deve diminuir os riscos de acidentes no trecho.
“Vai ser feita a retirada da camada asfáltica no trecho de 85 Km, ela será armazenada às margens da rodovia, será feita a recomposição da base, ainda dentro do suporte atual, sem fazer nenhuma obra de recuperação da base, apenas o renivelamento, será feita imprimação e selagem com lama asfáltica. Com isso teremos estrada pavimentada, sem poeira, totalmente plana, onde você pode ter um tráfego adequado, obviamente que com um limite de velocidade reduzido, o qual iremos estabelecer com placas”, disse, acrescentando que a estrada, inclusive, está sinalizada com placas alertando acerca das trilhas de rodas, “mas obviamente as pessoas acabam não trafegando com cuidado e o risco de morte é muito grande”. O problema afeta, principalmente, os veículos de pequeno porte.
Destacou, ainda, que a ideia é iniciar a obra antes do Círio para que as pessoas que se deslocarem do sul do Pará para a capital saibam “que o estado não está impassivo diante dessa situação tão crítica”, além de alertar as pessoas para a situação da estrada. “Talvez trafeguem muito mais preocupados com a segurança porque estarão vendo as placas e também se puderem ver as máquinas trabalhando e a sinalização das pessoas trabalhando ao longo da via. Eles mesmos (condutores) vão se precaver ao verem que há pessoas trabalhando ao longo da via e certamente serão forçadas a reduzir a velocidade, é um desconforto, mas em prol da segurança das pessoas”, avaliou.
A expectativa é de que o trabalho seja finalizado dentro de 30 ou 40 dias. “Não é um trecho pequeno, mas será um trabalho apenas preventivo porque em 30 dias vamos receber do perito que fez a investigação o relatório completo e o novo projeto de recuperação da via e aí vamos fazer uma licitação pública”. A expectativa é de superar o período invernoso dentro de situação de normalidade e trafegabilidade. “Provavelmente, no começo de maio ou junho do ano que vem, nós vamos fazer a obra definitiva para o reestabelecimento dela”, finalizou. (Luciana Marschall)
Fonte: Correio de Carajás
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