A partir de hoje (2), quase 20 fazendas de Marabá e região, que estão ocupadas por famílias de sem-terra, serão alvos de reintegrações de posse. Para tanto, o Comando de Missões Especiais (CME) enviou nada menos de 115 homens, que darão suporte aos oficiais de Justiça no cumprimento das decisões judiciais, que se iniciam nesta manhã.

Diante da situação, o juiz titular da Vara Agrária de Marabá, Amarildo José Mazutti, promoveu uma reunião prévia nesta quarta-feira (1º), na sede do Fórum de Justiça, com os demais envolvidos nas ações, a saber os ocupantes e os donos das propriedades.

A reunião serviu para que os sem-terra tomassem ciência das reintegrações iminentes e possam retirar seus pertences antes da chegada dos homens do CME, sem a ocorrência de conflitos e diminuindo ao máximo os prejuízos.

De acordo com o juiz Mazutti, as primeiras reintegrações serão nas fazendas Mutamba e Cristalina, em Marabá, a partir de hoje (2) e também amanhã (3). A partir de segunda-feira, tem início a segunda etapa das reintegrações, nas fazendas Cedro, Fortaleza e Santa Tereza, ambas em Eldorado do Carajás; e depois na Esperantina, em São João do Araguaia.

Dando continuidade, serão reintegradas as propriedades rurais denominadas Mococa, Boa Vista e Geralda de Assis, todas no município de Bom Jesus do Tocantins. A previsão é de que todas essas reintegrações de posse ocorram até o dia 14 deste mês.

Depois dessas reintegrações de posse, os homens do CME partem para outras regiões do Estado onde também é requerida a presença deles na garantia do cumprimento de outras reintegrações de posse. E, no final deste mês, está previsto o retorno da tropa para a região a fim de dar continuidade a novas reintegrações de posse.

Também ouvido pelo jornal, o coronel Franklin Roosevelt Wanzeler Fayal, comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar (4º BPM), destacou a importância do CME nas reintegrações de posse, pois os proprietários das fazendas ocupadas ganharam a questão judicial, de modo que cabe agora ao Estado garantir esse direito, daí a relevância do CME, que é uma tropa especializada nesse tipo de ação.

Por outro lado, coronel Roosevelt diz que aproveitou a vinda dos policiais do CME à região para reforçar a operação “Marabá Segura”, que visa montar barreiras, fazer fiscalização e revistas em pessoas e veículos para ajudar na prevenção contra o crime. O reforço do Comando de Missões Especiais garante o apoio de 20 viaturas diariamente em praticamente todas as áreas de Marabá. (Chagas Filho com informações de Josseli Carvalho)