Assalto a mão armada, arrombamentos e tentativas, além de furtos. Essas seriam ocorrências comuns na Folha 32, segundo os moradores, que denunciam estar sendo vítimas de ações sistemáticas de bandidos, favorecidas pela iluminação insuficiente, terrenos baldios tomados por matagal e o isolamento em algumas das ruas, esquecidas pela Prefeitura Municipal. O foco das ocorrências seria na rua que abriga as quadras 9, 10 e 15, a mais desfavorecida do bairro e que seria o ponto de entrada e aglomeração dos bandidos.
Moradores chamaram a reportagem do CORREIO ao local para falar sobre o assunto. Antes disso, graças a duas notas do Jornal em suas edições, falando da iluminação precária e do matagal nas ruas, a Prefeitura começou a reagir, finalmente, e iniciou o trabalho de forma parcial. Ontem, uma equipe fazia roço na Quadra 9. De outro lado, os terrenos não ocupados pelos proprietários, mantêm-se como um grande perigo para os moradores.
Preocupados com a situação, os moradores se uniram em um grupo de Whatsapp, pelo qual informam uns aos outros sobre situações suspeitas, pessoas estranhas perambulando pelas ruas, ou fazendo hora na calçada de residências. Também trocam imagens para ajudar na identificação dos suspeitos. A associação do bairro, que já existe formalmente há muito anos, está sendo reforçada, com novos moradores e até convocou reunião para o dia 27 de janeiro, que deve ter como foco principal este mesmo tema. Entre outras coisas, os populares querem maior frequência das rondas policiais ali, e que cubram toda a folha. A ronda montada em cavalos teve grande presença no bairro em 2017, mas parece ter sumido, nos últimos meses.
MATAGAL
Moradora da Quadra 9, a enfermeira Jeane Costa relata ao CORREIO que foi assaltada recentemente à 7h40 da manhã quando saía para fazer uma caminhada com a sua mãe. Uma dupla de moto, sem a preocupação sequer de usar capacetes, apenas com bonés, lhes abordou e levou pertences. Em outras situações que elas precisaram acionar a Polícia sobre suspeita de crime em andamento, a enfermeira diz que as viaturas nunca apareceram, embora a resposta ao telefone seja de que apareceriam. “Até para registrar um roubo do meu celular levei 4 horas na Delegacia, um absurdo”, diz.
É Jeane também que relata ao Jornal, que seis lotes não ocupados por seus donos naquele perímetro servem de esconderijo para os marginais que dali saem para assaltar várias ruas da Folha 32. “Há um caminho por dentro de um desses terrenos que vem da beira da rodovia, no limite com a Folha 33. Acreditamos que esses homens vêm de lá”, relata, destacando que surgem sozinhos, ou em duplas e trios, sendo de idades entre 25 e 25 anos.
Um residencial que fica na Quadra 9, teve um dos apartamentos invadido outro dia, quando a família estava fora e um notebook foi levado, pertencente à dona da casa, esposa de um militar.
Segundo Roberta Mendes, também moradora da Folha 32, a localidade é alvo preferencial de assaltantes por ser considerada uma área de classe média. “Como aqui tem casarões, prédios bonitos, construções chamativas, os meliantes entendem que aqui mora gente rica e isso nos deixa expostos. Junta com isso o fato da folha ter pouco policiamento, e os bandidos agem à vontade. Já nos trancamos em casa com muros maiores, cerca elétrica, mas nada adianta. Até para as câmeras de segurança eles dão tchauzinho”, comenta.
Moradora da Folha 32, há 10 anos, a senhora Isa de Souza da Costa, diz que já não sai mais de casa sem carro, pois a pé é chamariz para roubos. “Eu vejo eles (bandidos) entrando e saindo aqui da Folha 32 todos os dias. Eles levam bicicletas nas costas até com cadeados. Eu sempre alerto os vizinhos quando os tipos estranhos entram para o bairro, via terrenos baldios da Quadra 9”, relata. Segundo ela, alguns dos terrenos abandonados têm córregos dos quais saem cobras e outros bichos.
Fonte: Correio de Carajás
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