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Em Marabá, diretor de música em igreja é preso por estupro de 6 crianças

Durante dois anos, segundo investigações da Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente (DEACA), Raimundo Soares dos Santos aproveitou da posição que tinha na Igreja Adventista do Sétimo Dia para estuprar crianças. Ele foi preso hoje, segunda-feira (19), na Nova Marabá, após seis vítimas com idades entre 8 e 13 anos serem identificadas pela Polícia Civil.

Segundo informações da delegada responsável pelo caso, Ana Paula Fernandes, Raimundo era o diretor do grupo de música e do clube de desbravadores da congregação do Bairro Araguaia e os abusos aconteceram no decorrer dos anos de 2016 e 2017, durante os ensaios de música dos quais as crianças e adolescentes participavam.

O caso chegou ao conhecimento das autoridades quando uma das vítimas foi levada pela mãe ao Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), de Marabá, com uma infecção genital. Lá, estranhando a situação a atendente passou a fazer perguntas para a menor, ao que esta informou ter sido abusada sexualmente por Raimundo.

A servidora pública então encaminhou o caso ao Ministério Público do Estado do Pará, que acionou a Deaca. A partir das investigações, outras cinco vítimas foram identificadas. Antes disso, no entanto, conforme a delegada Ana Paula, o pastor da igreja em questão tomou conhecimento de um dos casos.

No final do ano passado, uma das vítimas, não suportando mais os abusos, denunciou Raimundo ao pastor responsável pela congregação. Este, no entanto, apenas expulsou Raimundo da igreja, mas não denunciou para as autoridades competentes. Em depoimento prestado na delegacia, ele alegou não saber que atos libidinosos configuravam crime sexual.

Em nenhum dos casos, destaca a delegada Ana Paula, houve conjunção carnal, mas atualmente o Código Penal prevê que o crime de estupro de vulnerável engloba qualquer ato libidinoso, existindo ou não penetração. A pena prevista para os atos praticados contra menores de 14 anos é de oito a quinze anos de reclusão.

A delegada acrescenta que esta forma de abuso também causa grandes danos psicológicos nas vítimas. “A criança de oito anos, por exemplo, está extremamente abalada”, comentou. A menina está fazendo acompanhamento com psicólogo do ProPaz.

Acompanhado de um advogado, o homem recolhido por força de mandado de prisão preventiva expedido pela Comarca de Marabá preferiu não se manifestar em depoimento à Polícia Civil. Após passar por exame de corpo e delito no Instituto Médico Legal (IML), ele será transferido para o Centro de Triagem Masculino de Marabá (CTMM).

A Polícia Civil acredita que o homem tenha feito outras vítimas nos últimos anos e reforça que denúncias podem ser feitas diretamente na Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente, na Folha 10, ou ainda por meio do Disque Denúncia Sudeste do Pará, nos números (94) 3312-3350 ou (94) 98198-3350 (WhatsApp), onde é preservado o anonimato do denunciante.

Em contato com a assessoria de comunicação da Associação Sul do Pará da Igreja Adventista do Sétimo Dia, esta esclareceu que tão logo a liderança da igreja recebeu as primeiras denúncias, afastou o então membro de suas atividades e as famílias supostamente afetadas receberam toda a assistência pertinente.

A assessoria de comunicação acrescentou que a Igreja Adventista do Sétimo Dia condena qualquer tipo de violência e reforça a importância do respeito entre indivíduos. Por fim, afirmou que a instituição se coloca à disposição para esclarecimentos perante as autoridades e órgãos competentes. (Luciana Marschall)

 

Fonte: Correio de Carajás



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