Emanoel Ribeiro da Silva, de 19 anos, não resistiu aos ferimentos causados por queimaduras e faleceu no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua, onde estava internado desde o dia 20. Ele foi vítima da própria companheira, Karina Gomes da Silva, de 23 anos. A mulher está presa no Centro de Recuperação Feminino de Marabá (CRFM).

O casal convivia maritalmente havia pouco mais de três meses, e as brigas eram constantes. No final da tarde do último dia 18, na pequena casa onde os dois moravam, aconteceu a última discussão do casal motivado por ciúmes de Karina, que suspeitava que o companheiro estaria com um caso fora do relacionamento.

Naquela tarde, após o intenso bate-boca a mulher pegou um vasilhame de álcool líquido e derramou no corpo do companheiro. Os dois estavam em pé, apenas ele vestido com um short jeans. Segundo a versão da acusada, com um isqueiro na mão, o homem a desafiou. “Tu não tens coragem de me tocar fogo”, esbravejava. “Fiquei completamente cega e de repente sem querer risquei. Quando o vi já estava todo em chamas, foi um estrondo. Tentei apagar o fogo, mas não consegui. Fiquei muito desesperada sem saber o que fazer naquele momento”, disse a mulher no dia seguinte.

Emanoel foi socorrido por populares e levado ao Hospital Municipal Maria Cecília de Oliveira. Um enfermeiro que estava de plantão naquele dia contou que o corpo da vítima apresentava queimaduras em 90% do corpo, o que dificultaria o tratamento, já que o atendimento precário na cidade e sua transferência até o Hospital Regional de Tucuruí e posteriormente para Belém dependeu de dois dias.

O pai da vítima, conhecido por “Emanoel Peixeiro”, contou que seu filho não resistiu a forte medicação para conter o quadro infeccioso. Na tarde do dia 27 ele foi acometido por uma parada cardíaca, e os médicos conseguiram reanimá-lo, mas depois aconteceu de novo. “À noite uma nova parada acometeu Emanoel, que não resistiu e veio ao óbito”, continua.

Karina Gomes da Silva foi presa em flagrante acusada de tentativa de homicídio contra Emanuel Ribeiro da Silva. Agora ela vai responder por homicídio (doloso ou culposo, a depender da interpretação da Justiça). O delegado Sérgio Máximo, titular da Delegacia de Polícia Civil de Jacundá a dispôs para a Justiça, que a transferiu para um presídio de Marabá. (Antônio Barroso – freelancer)