Carlos Augusto da Silva Ribeiro, conhecido como “Carlinhos”, de 39 anos, foi mais uma vítima de homicídio em Marabá. O assassinato ocorreu por volta das 14h desta quarta-feira (9), em frente a uma residência a 10 metros da casa onde morava, na Folha 28, bairro central da Nova Marabá. Ironicamente o palco do crime já foi um campinho de futebol onde “Carlinhos” brincava com amigos na infância. Mas o campo deu lugar ao concreto das casas e os tempos bons de infância deram lugar a uma época de violência e de dor para amigos e parentes.
Policiais militares que foram as primeiras autoridades a chegar ao local disseram ter recebido informações de que apenas um criminoso, de pé, atacou “Carlinhos” no momento em que ele pegava água na casa vizinha. A tarde ensolarada ficou vazia depois do som dos tiros; o criminoso foi embora caminhando sem pressa; usando apenas um boné para esconder o rosto e uma pistola 0.40 na cintura.
Passados alguns segundos, ouve-se o clamor da companheira de “Carlinhos”, que não acredita no que aconteceu. Seguem-na os vizinhos com espanto em volta do corpo. Alguns incrédulos, outros com a expressão de que já sabiam que cedo ou tarde algo do tipo iria acontecer.
Logo criou-se uma plateia estarrecida em volta do cadáver, exposto à curiosidade pública. Alguém se lembrou de cobrir o corpo do homem, para evitar um pouco mais a espetacularização da violência. Testemunhas que não quiseram se identificar cochichavam que o pistoleiro tinha um comparsa que estava de moto e foi esperar o executor na outra rua.
Peritos do Instituto Médico Legal (IML) fizeram os primeiros levantamentos no cadáver da vítima, junto com policiais civis do Departamento de Homicídios, que tentavam colher informações com familiares em meio à dor que o momento impõe. As cenas no momento em que o corpo é recolhido ao esquife do IML são fortes demais para serem descritas por palavras. Quem viu, viu.
O passado de volta
Policiais levantaram a ficha corrida de “Carlinhos” e descobriram que ele foi preso em novembro do ano passado por tráfico de drogas na área da Grota Criminosa, que fica bem perto de onde tudo aconteceu. Ele estava solto desde fevereiro e, segundo a vizinhança, estava quieto, vinha visitando uma igreja evangélica, estava trabalhando, deixou para trás as coisas erradas. Mas não adiantou, algo inacabado em seu passado voltou para lhe cobrar.
E falando em passado, o de “Carlinhos” não se limitava ao tráfico de drogas. Ele também já tirou a vida de uma pessoa, crime pelo qual pagou com a perda da liberdade. Cumpriu sua pena, mas agora pagou com a vida pelos outros atos que praticou.
As investigações serão tocadas pela delegada Raissa Beleboni, do Departamento de Homicídios, que esteve no local tentando obter informações em meio ao caos.
Saiba Mais
Um policial que esteve no local do crime disse que, possivelmente, o atirador não era um pistoleiro profissional, pois a maioria dos tiros atingiu as nádegas da vítima. “Geralmente os pistoleiros acostumados acertam a cabeça”, comentou o policial.
(Chagas Filho)
Fonte: Correio de Carajás
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