Participar de uma audiência de julgamento na manhã desta sexta-feira (3). Este era o único compromisso na agenda do guarda municipal Alex Caldas Pó enquanto estivesse em Marabá, onde chegou na quinta (2). Acontece que o agente, acusado de homicídio, simplesmente pulou um muro e fugiu poucas horas após chegar.
Ele foi preso em março deste ano, pela Polícia Civil, suspeito de envolvimento na morte de Naiara Vieira Ribeiro, de 25 anos, ocorrida em outubro do ano passado. Contra ele foi cumprido mandado de prisão expedido pelo Juízo da 3ª Vara Criminal da Comarca de Marabá. No mesmo caso é acusado outro agente da Guarda Municipal: Rômulo Passos Soares.
Desde então, estava recolhido no Centro de Recuperação Especial Anastácio das Neves (Crecan), localizado em Santa Izabel do Pará, na Região Metropolitana de Belém. Segundo registrado em boletim de ocorrência, na 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil, em Marabá, dois policiais militares e um agente prisional foram acionados para escoltarem os dois agentes até Marabá.
A audiência estava agendada para as 10 horas de sexta, no Fórum Juiz José Elias Monteiro Lopes, no Núcleo Cidade Nova. A Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe) determinou que o grupo ficasse alojado na base da Guarda Municipal de Marabá, na Folha 31, ao lado da Delegacia da Polícia Federal, Núcleo Nova Marabá.
Os militares, agente e os acusados chegaram na cidade na noite de quinta-feira (2), por volta das 20 horas. Segundo o registrado na delegacia, o comandante da GM, Roberto Lemos, informou aos responsáveis pela escolta que o prédio não possui condições de custodiar presos porque não possui celas, afirmando, ainda, que não houve comunicação prévia da Susipe sobre a chegada na cidade.
Oficialmente, a Guarda Municipal se recusou a receber o ofício de encaminhamento, sendo que o grupo permaneceu alojado informalmente na sede. Consta, no registro, que por volta das 23h30, Caldas simulou estar se sentindo mal.
Um policial militar e um agente da Susipe afirmam terem ido até os fundos do alojamento para atendê-lo, mas neste momento ele teria saído correndo e pulado o muro. Os dois dizem ter acionado outros agentes e realizado buscas nas redondezas, mas não o encontraram. Com apoio da própria Guarda Municipal, acrescentam, chegaram a procurar por Caldas na casa de parentes, onde também não foi localizado.
Saiba mais
De acordo com a Assessoria de Comunicação da Polícia Militar, somente Superintendência do Sistema Penal (Susipe) pode falar sobre o caso, mas devido ao adiantado da hora, não foi possível manter contato com a Ascom/Susipe. O que será feito a partir de segunda-feira.
Entenda o caso dos agentes acusados
O pedido de prisão preventiva contra ele foi requerido pelo delegado Luiz Otávio de Barros, responsável por investigar uma denúncia realizada na semana anterior ao assassinato da jovem. Na ocasião, a mãe de um homem procurou a delegacia e informou que o filho estava em companhia de outro amigo e de Naiara quando foram abordados em Marabá.
Três homens agrediram as vítimas e as colocaram em um automóvel Voyage, de cor prata, próximo a um bar na Folha 34. De lá, os dois homens e a mulher foram levados até o Bairro Cidade Jardim onde ocorreram várias agressões. As vítimas foram obrigadas, ainda, a manterem relações sexuais entre si, sendo abandonados sem roupas em um matagal.
Acontece que, em seguida, a Polícia Civil conseguiu fazer a identificação de Rômulo como um dos agressores e ele foi reconhecido pelas vítimas. Poucos dias depois, Naiara Ribeiro foi assassinada, na Folha 34 (Nova Marabá), perto do terminal do Km 6, a tiros. (Luciana Marschall)
Fonte: Correio de Carajás
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