O Rio Tocantins deu uma nova “repicada”. Há cerca de 20 dias, a Eletronorte havia registrado 9,37 metros acima do nível normal, mas nesta terça-feira, dia 1º de abril, ele atinge os 10 metros, segundo previsão da Eletronorte. Essa marca serve de referência para a Prefeitura decretar Situação de Emergência.
Na tarde desta segunda-feira, a Reportagem do CORREIO percorreu alguns bairros e identificou famílias casas inundadas no Carajás II, Independência, Santa Rosa e Folha 33. Há notícias, que chegaram à Redação por rede social, dando conta de que algumas famílias também deixaram suas casas no bairro São Félix.
Luzia de Oliveira Silva, que está no abrigo da Obra Kolping no bairro Belo Horizonte há cerca de 25 dias, juntamente com outras quatro pessoas da família. “Moramos no Carajás II, no final da Avenida São Paulo. A primeira enchente alagou tudo dentro, saiu, mas agora a água voltou”.
Ela informou que uma equipe da Defesa Civil esteve no local e que a Secretaria Municipal de Assistência Social entregou cesta básica para as famílias que estão no local.
Raimundo Barbosa dos Santos, 63 anos de idade, também no Ginásio da Obra Kolping, diz que construiu uma casa simples na ocupação do Bairro Carajás II porque não tinha condições de comprar um terreno em um local mais alto. Afirmou que esta é a segunda vez que muda em função da enchente e disse que não tem nada a reclamar do pode público. “Mas se pudessem mandar segurança, seria muito bom pra gente, porque nossos barracos ficam aqui dentro desse galpão aberto e a gente sofre bastante com isso”, disse.
No Bairro Independência, várias famílias já abandonaram suas casas também por causa do repique da enchente. Muitas dessas pessoas vão para casas de familiares, amigos ou alugam outro imóvel por alguns dias, até que o nível do rio baixe.
A Reportagem do CORREIO conversou com a secretária municipal de Assistência Social, Nadjalúcia Almeida, que informou quais as ações estão sendo implementadas no primeiro momento. Revelou já foram distribuídas 30 cestas básicas de alimentos para famílias que estão no abrigo da Obra Kolping e também para outras que saíram de suas casas na Vila do Rato, Marabá Pioneira.
Segundo a secretária, quatro profissionais da SEASP estão atuando em parceria com a Defesa Civil Municipal no cadastramento de famílias que estão em busca de socorro em função da enchente. Quem carece de transporte está sendo providenciado. “Quem ficar cerca de 15 dias em abrigos, fora de suas residências por causa da cheia, receberá ajuda com alimentos”.
O galpão da antiga Feirinha, na entrada da Velha Marabá, ainda não está coberto, caso o nível do rio continue subindo. As ruas São João e São Pedro, na Santa Rosa, são as primeiras a serem atingidas caso o nível passe dos 10,5 metros. Nesta segunda-feira, menos de 30 casas daquele bairro tinham sido atingidas pela enchente.
A previsão da Eletronorte está muito irregular nos últimos dias. Ou seja, dificilmente coincide com a realidade medida na régua que fica localizada na Seção Fluvial do 52º Batalhão de Infantaria de Selva, entre os bairros Santa Rosa e Santa Rita. Para amanhã, quarta-feira, a Eletronorte prevê que o rio baixe para 9,96 e volte a subir para 9,97 na quinta-feira, dia 4. (Ulisses Pompeu)
Fonte: Correio de Carajás
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