A semana começou com boas notícias para trinta detentos do regime semiaberto do Centro Regional de Recuperação Agrícola Mariano Antunes (Crama). Eles vão ser inseridos no trabalho de limpeza pública urbana. A iniciativa faz parte de um convênio entre a Prefeitura de Marabá, através do SSAM – Serviço de Saneamento Ambiental, e a Superintendência do Sistema Penal do Pará (Susipe).
Nesta segunda-feira (29), os detentos receberam um kit com uniforme, bota, duas calças, duas camisas e boné. Eles participaram de uma palestra sobre segurança no trabalho e tiraram dúvidas sobre o projeto com a representante do setor jurídico do SSAM, Samanta Holanda.
Ela explicou que os detentos vão trabalhar seis horas diárias de segunda a sexta-feira. A duração do convênio é de um ano de acordo. A cada três dias trabalhados será descontado um da pena. Todos os detentos receberão um salário mínimo. A Prefeitura de Marabá irá repassar o valor à Susipe e o órgão repassará ao detento, sendo que um terço do valor será destinado a uma poupança para ser pago ao final da detenção.
“O convênio foi estipulado em um ano que é o período que a gente vai trabalhar com eles e é um tempo que a prefeitura vai avaliá-los para haver essa inserção de volta à sociedade e para que a sociedade também veja o preso de outra forma, além do trabalho deles. Nós estamos empolgados porque percebemos que eles estão muito ansiosos de iniciar logo. É uma oportunidade de fazerem alguma coisa a mais para o município e para que eles possam voltar ao mercado de trabalho”, disse a representante jurídica do SSAM.
Eles estão empolgados com a possibilidade de trabalho e de participar de um projeto com objetivo de ressocialização dos apenados. “É muito bom para gente, já faz tempo que precisava de um projeto desse dentro das unidades, até mesmo para gente ‘tá’ ocupando nossa cabeça, não pensando no mundo crime e voltar a conviver com a população. É uma oportunidade para se integrar novamente a sociedade, principalmente para quem é de longe sem falar do salário para gente se manter”, disse C.B.M.
E.J.G, que cumpre pena há quatro anos, disse da ansiedade em participar do projeto. Para ele é uma oportunidade de trabalho que deve ser aproveitada. “É boa demais porque a gente volta a trabalhar e volta para nossa sociedade e, se todo empresário visse nosso potencial, seria bom demais, é preciso que as pessoas percebam que nós temos muito o que é bom para mostrar também, essa será nossa grande oportunidade”, afirmou.
Os detentos começam os trabalhos no próximo dia 02 de maio, quinta-feira. Segundo o coronel Alan Costa da Silva, diretor do Crama, os trabalhos de organização do projeto iniciaram no ano passado, de acordo com ele foi tempo suficiente para escolher os detentos que iriam participar do projeto. Todos eles foram acompanhados por um psicólogo para se integrar à iniciativa.
“A questão da remissão da pena pelo trabalho é legal, existe na lei de execuções penais, a Susipe e a Prefeitura já estão um tempo trabalhando neste projeto e essa iniciativa vai ajudar muito na reintegração dos apenados para a sociedade. Com certeza o objetivo de qualquer trabalho que o interno faça é de reintegração a sociedade e o município está fazendo o trabalho dele de ressocialização. Quem ganha é o sistema penal e principalmente o apenado”, disse o diretor do presídio. (Ascom/PMM)
Fonte: Correio de Carajás
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