A violência e a flexibilização por parte do governo federal fizeram disparar o número de registros de armas de fogo no estado. O Pará está entre os 10 estados com maior número de armas registradas. De acordo com a Polícia Federal, de janeiro a abril de 2019 já foram mais de 300 licenças concedidas.
A procura de pessoas interessadas em aprender a como manusear uma arma de fogo aumentou em alguns centros de treinamento de tiro. Segundo um dos proprietários de um dos centros, desde a assinatura do primeiro decreto pelo atual presidente Jair Bolsonaro que altera as regras sobre o uso de armas e munições a procura aumentou. Em Parauapebas, no sudeste do Pará houve um crescimento de 30%.
“Não adianta ter a arma se as regas de segurança não forem respeitadas. A arma em si não é a solução de um problema, a posse, o porte de uma arma requer muita responsabilidade e muita certeza do que se está fazendo”, diz o proprietário de um clube de tiro em Belém.
De acordo com a Polícia Federal, foram 337 licenças entre janeiro até o último dia 30 de abril, o que corresponde a uma arma registrada a cada oito horas. Isso colocou o Pará entre os 10 estados com mais registros. Essa procura já apresentava aumento um pouco antes. Em 2018, 2.110 novas armas foram registradas. Em 2016 foram 915, uma diferença de pouco mais de 130%. Este ano, as autorizações paraenses já representam 3% do total nacional de novos armamentos registrados.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) se pronunciou quanto aos preços a serem pagos pra comprar uma arma de fogo. Considerando que a renda do trabalhador paraense seja, em média, 1.512 reais, seria necessário juntar quase três meses de salário pra adquirir uma arma de 4 mil reais, levando em consideração os modelos mais baratos disponíveis no mercado.
Para sociólogos a garantia de segurança pública é papel do estado. “Ter uma arma não resolve o problema da segurança pública, isso reduz as chances da pessoa sofrer uma agressão, então o estado não pode ser onipresente e está em todos os lugares . Diante de uma ameaça a minha vida a arma da uma chance maior de sobreviver”, finaliza o sociólogo.
Fonte: Correio de Carajás
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