Nesta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que fosse liberada a comercialização de testes rápidos para detecção de COVID-19 em farmácias de todo o Brasil, desde que executados por profissionais treinados e dedicados a colher as amostras dos pacientes com sintomatologia da doença. A ideia é que, com a aprovação, as pessoas procurem as farmácias e não os hospitais e laboratórios para realizar a testagem. Consequentemente, isso pode ajudar a reduzir a superlotação do sistema de saúde em todo o país, bem como a propagação do novo coronavírus.
Dentre as empresas que estão produzindo os testes, a brasileira Hi Technologies, sediada em Curitiba (PR), lançou no início no mês seu teste rápido para diagnosticar a doença. Trata-se de um exame simples, baseado em reagentes e que lembra um teste de diabetes, embora seja mais “tecnológico”. A empresa, aliás, tem parceria com a Positivo.
O Canaltech entrou em contato com a Hi Technologies para entender o funcionamento dos exames. A assessoria de imprensa da companhia informou que o teste será realizado por meio de um “laboratório portátil” conectado à internet: o Hilab, o menor laboratório do mundo.
A inovação permite realizar exames a qualquer hora e em qualquer lugar, utilizando tecnologias como a Inteligência Artificial e Internet das Coisas para entregar os resultados. Segundo a empresa, esses resultados são rápidos e confiáveis, além de serem reportados para as secretarias estaduais de epidemiologia, assim como os casos dos testes tradicionais para COVID-19, realizados em laboratório.
Hilab: com a “caneta” à esquerda, o profissional perfura o dedo do paciente e coleta a amostra. Os dados são processados na unidade maior, que cabe na palma da mão (Imagem: Divulgação/Hilab)
A inovação não é tão recente: o Hilab foi lançado ainda em 2017, possui registro na ANVISA e já está disponível em algumas das maiores redes de farmácia do Brasil. Seu funcionamento é bastante simples, mas é necessário que um profissional de saúde treinado opere o equipamento. Ele faz um pequeno furo na ponta do dedo do paciente, colhe uma amostra de sangue e a coloca em contato com os reagentes dentro de uma cápsula. Essa cápsula é depositada dentro do dispositivo, que coleta os dados para enviar a um laboratório de análises clínicas. O conjunto todo é bem compacto, e cabe na palma da mão.
Dessa forma, o aparelho funciona para realizar vários testes a distância, diretamente em clínicas ou farmácias, como: gravidez (Beta hCG), perfil lipídico, glicemia, PSA, TSH, vitamina D, hepatite C, dengue, HIV, influenza A e B, zika, sífilis etc. Toda a parte bioquímica do processo é enviada pela internet aos biomédicos que irão realizar a análise da amostra.
Como funciona?
Depois de coletada a amostra e feita a análise do sangue do paciente, o dispositivo cria uma versão digital do material para fazer o upload desses dados diretamente ao servidor. É pela internet que os biomédicos, em um laboratório físico, emitirão um laudo — o que leva alguns minutos, apenas. Esse documento é criado pelos profissionais com ajuda de alguns algoritmos dedicados de inteligência artificial, e o paciente recebe o resultado pouco tempo depois, por SMS ou email.
Testagem com o Hilab (Foto: Divulgação/Hilab)
A companhia informou irá comercializar os exames por valores a partir de 99 reais no atacado, desde que comprado diretamente na fábrica. Já o valor para o consumidor final nas farmácias brasileiras pode ser diferente, variando de R$ 130 a R$ 180, segundo a Hi Technologies. A previsão é que os testes cheguem nas demais farmácias nas primeiras semanas de maio, mas algumas redes de drogarias no Paraná já estão realizando os exames.
Ao ICTQ (Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade), a empresa revelou sua tabela de atacado:
– De 200 até 999 unidades, o teste fica no valor de R$ 150;– De 1.000 até 2.999 unidades, o teste fica no valor de R$ 145;– De 3.000 até 4.999 unidades, o teste fica no valor de R$ 140;– De 5.000 até 10.000 unidades, o teste fica no valor de R$ 130;– De 10.000 até 100.000 unidades, o teste fica no valor de R$ 120; e– A partir de 100.000 unidades, o teste fica no valor de R$ 99.
A venda direta para pessoas físicas, no entanto, não é realizada diretamente pela empresa.
Fonte: www.diarioonline.com.br
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