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Covid-19: Pacientes passam por triagem ainda do lado de fora no HMM

Desde o início da crise causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o Hospital Municipal de Marabá (HMM) programou um protocolo de atendimento rigoroso visando à segurança dos usuários do sistema de saúde pública. Lá, foi montado um centro de triagem, com duas tendas, como forma de evitar o contato de pessoas que apresentam sintomas suspeitos com os demais usuários. Até a última atualização epidemiológica, Marabá apontava 245 casos confirmados, 26 sob análise e 37 mortes, com 104 altas clínicas.

Abordado pelo CORREIO, Ednaldo Pereira Araújo, diretor clínico do hospital, explica que, na primeira tenda, uma equipe verifica se o paciente apresenta riscos ou sintomas suspeitos da Covid-19, como febre alta, tosse e dificuldades respiratórias. Se for o caso, o paciente é encaminhado para uma segunda tenda, instalada em um anexo ao hospital, onde passará por uma nova avaliação que determinará o procedimento adequado, seja coleta de material para exame, internação ou, em casos mais graves, o encaminhamento para o Hospital Regional, que é a referência no município.

Nesta primeira tenda, pacientes têm estado de saúde avaliado, com a devida regulação

“Isso para qualquer paciente que chega ao hospital. Se o paciente tem a sintomatologia, não entra na casa de saúde. Tudo é separado, equipe separada, leitos separados. As equipes da linha de frente, aliás, não integram o mesmo quadro das que estão fazendo o atendimento normal do hospital, justamente para que as instalações internas permaneçam apartadas da disseminação do vírus”, enfatiza o médico.

Ou seja, os profissionais que passaram a atuar nas tendas não devem entrar no hospital, e vice-versa, no caso dos que foram escalados para a assistência da demanda interna. Ainda de acordo com Ednaldo Araújo, é natural que esses mesmos técnicos, enfermeiros e médicos temam a pandemia, visto que a doença, até então desconhecida, tem feito vítimas nos mais variados níveis de idade, sexo e estado de saúde.

“A Covid-19 abalou o mundo. Se você observar, o planeta inteiro está com medo da doença. É natural que as pessoas, bem como os profissionais da área, sintam receio”, pondera o médico. “Cabe ressaltar, entretanto, que o Hospital Municipal de Marabá tem cumprido seu ofício de forma exemplar, mesmo diante dessa grande problemática”, completa ele.

Conforme o diretor clínico, o hospital e o sistema de saúde do município não entraram em colapso, pelo menos por enquanto. Atualmente, o atendimento dos casos de pacientes suspeitos ou diagnosticados com o novo coronavírus em Marabá são feitos em três frentes: Hospital Municipal, Hospital Regional e Hospital de Campanha. Este último, segundo a Sespa, atendeu 71 pacientes até então.

Questionado pelo Jornal sobre o pico da doença e o número de pessoas que recorreram à unidade de saúde nas últimas semanas, Ednaldo avalia que muita ‘água’ ainda deve correr por debaixo da ponte. “Nos últimos dias, nós sofremos a primeira onda de uma avalanche que se avizinha. Mas acredito que, no máximo, em dois meses nós desceremos esse pico”, estima o médico.

Ednaldo Araújo defende que sistema de saúde não entrou em colapso

ISOLAMENTO SOCIAL

O diretor clínico, assim como profissionais de saúde, salienta a necessidade de se conservar o isolamento social e reforça o apelo à população. Na avaliação de Ednaldo, esta é a melhor forma de enfrentar o contágio e achatar a propalada curva de contaminação.

“A principal conduta que o cidadão de Marabá deve ter neste momento é a conscientização. Ele não deve sair às ruas, não deve sair de sua residência. Faço um apelo às pessoas: fique no isolamento social. Esta é uma recomendação a nível de mundo. Quanto mais você intensifica o confinamento, menos pessoas devem ser acometidas; menos pessoas precisarão de um leito de UTI”, acentua Araújo.

A mais recente taxa de isolamento social em Marabá atingiu 42,9%, medição administrada pela Secretaria Adjunta de Inteligência e Análise Criminal (Siac), repartição da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup). O índice ainda está muito distante da meta de 70%. (Texto: Da Redação / Reportagem: Josseli Carvalho)

Fonte: correiodecarajas.com.br



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