Segundo o relatório técnico, a tendência de aumento de contágio ocorreu entre 16 e 20 de abril, e a de redução, entre 21 e 26 de abril. Já o período de maior risco de morte ocorreu entre 28 de abril e 1º de maio, de acordo com o levantamento.
Os números analisados no estudo são os oficiais divulgados pela Sespa entre 18 de março e 22 de maio.
Para estimativa de demandas hospitalares, foram utilizadas as taxas de ocupação de leitos da rede estadual, além de dados técnicos e científicos de Nova York, nos Estados Unidos, e Wuhan, na China.
Subnotificações
O documento cita, no entanto, que “subnotificações de casos confirmados e óbitos que se somam a datas passadas podem invalidar os cenários atuais de previsões” e que, “portanto, é necessário reprocessamento recorrente de dados”.
A Sespa passou a divulgar dados retroativos desde a última quarta (20). Entre 20 e 22 de maio foram 5.239 novos infectados e 411 óbitos ocorridos em datas anteriores, segundo os boletins diários.
Em nota divulgada no dia 19, a secretaria afirmou que os números atrasados e subnotificados não alterariam a avaliação de tendência de queda no número de óbitos por dia.
Relatório
Intitulado “Redes Neurais Artificiais e Modelagem Matemática nas Previsões Epidemiológicas para os Casos de Infecção por Covid-19”, o relatório técnico cita que tem objetivo de “propor modelos de previsão de curto prazo” para estimar o número de casos de contágio e óbitos causados pelo novo coronavírus. Além das metodologias de cálculo, o trabalho cita que apresenta expectativa do dimensionamento dos recursos físicos e humanos em hospitais.
O estudo, desenvolvido pelo Núcleo de Pesquisa em Computação Aplicada da Universidade Federal Rural da Amazônia, é assinado pelo secretário de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet) do Pará, prof. Carlos Maneschy; reitor da Ufra, prof. Marcel Botelho; pró-reitor adjunto de Extensão da Ufra, prof. Jonas Castro; e os professores Marcus Bragas do campus de Paragominas, da Ufra, e Rommel Ramos, do Instituto de Ciências Biológicas, da Universidade Federal do Pará (UFPA).
“Esse estudo parte de orientações e premissas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde, e a partir dessas premissas fizemos essas simulações”, explicou Maneschy.
Ressalvas
Nas considerações finais, os pesquisadores afirmam que “outras variáveis não previstas podem influenciar nas projeções e no tempo de duração da pandemia”.
Eles citam, ainda, que o avanço da doença para o interior do estado e a taxa de isolamento social também podem afetar as previsões. (Com G1)