Dentre os setores da economia mais afetados pela pandemia do novo coronavírus está o de bares e restaurantes. Essas empresas permanecem de portas fechadas desde março deste ano, quando foram adotadas em todo o Pará medidas restritivas de isolamento social, a fim de conter o avanço da Covid-19. Entidades que representam as categorias seguem em busca de alternativas para minimizar esses impactos. Muitos recorreram ao serviço de entrega em domicílio, o delivery, para manterem-se ativos e atenuar os prejuízos.
No Brasil, os segmentos de bares e restaurantes são responsáveis por manterem milhares de postos de trabalho, mas após dois meses fechados, muita coisa mudou. De acordo com o assessor jurídico do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Pará (SHRBS-PA), Fernando Soares, empresas de alimentação fora do lar, como lanchonetes, restaurantes, soverterias e docerias que não trabalhavam com a modalidade de entrega precisaram implementar o serviço.
DESEMPREGO
Nesse período, muitos funcionários foram demitidos. Outros precisaram ser incluídos em medidas implementadas pelo governo federal, para o período da pandemia, a exemplo da complementação de salários para os trabalhadores que tiveram suas cargas horárias e remunerações reduzidas por até três meses, com as Medidas Provisórias nº 935 e nº 936.
Representando os segmentos de meios de hospedagem, bares, restaurantes, sorveterias, docerias e lanchonetes do âmbito no Pará, a entidade encaminhou ao governo estadual e prefeituras propostas de retomada das atividades para os segmentos de alimentação fora do lar, seguindo todos os protocolos dos órgãos de saúde, além de determinações e o monitoramento feitos pelo governo do Estado.
“Propomos que, por exemplo, um restaurante que tenha 50 metros quadrados, usaria mesas seguindo o distanciamento de 1,5 m a 2 m, com aproximadamente 14 mesas de quatro lugares, seguindo os protocolos de uso de máscaras e distribuição do álcool em gel nesse espaço”, disse. “Acreditamos que essa retomada vai ser devagar, conforme a população comece a ter mais confiança ao ver o decréscimo de casos. Mas é importante abrir. É uma sobrevida financeira para essas empresas que estão praticamente mortas”, ressaltou o assessor jurídico.
Empresas que pagam aluguel correm risco de ir a falência
No caso dos bares, o retorno de funcionamento dos estabelecimentos requer uma atenção maior e um planejamento mais elaborado, segundo a entidade. “A gente entende que é difícil fazer um controle de público nesses estabelecimentos. É um caso mais específico, que a gente observa um protocolo sanitário um pouco mais rígido. Ou uma curva de decréscimo da doença, que flexibilize mais a presença das pessoas nas ruas”, ponderou Fernando Soares.
A entidade acredita em uma recuperação econômica lenta para esses setores, diante da grave crise gerada pela pandemia. Para a Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), baseada em um estudo da Fundação Getúlio Vargas, a previsão é de que os setores apresentem uma reação de retomada econômica somente no final de 2021. Segundo Fernando Soares, é possível que muitos desses estabelecimentos não reabram a partir do segundo semestre deste ano, caso haja essa possibilidade. “Empresas que têm prédio próprio e são familiares têm um poder de sobrevivência maior que as demais. Empresas que têm aluguel, funcionários e uma série de outros compromissos financeiros estão enfrentando uma dificuldade muito grande e são candidatas ao fechamento. Se não tem retorno financeiro da atividade e não consegue cobrir custo fixo, é evidente que vai operar no vermelho. Sem contar que linhas de crédito ficam mais inacessíveis. Vamos ter de aprender a conviver com isso e encontrar saídas, de acordo com a nossa realidade. São riscos que as pessoas não querem correr”, reforçou o assessor.
Fonte: diarioonline.com
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