Na manhã desta quinta-feira (18), um pequeno grupo de donos e funcionários de bares se reuniu na frente da Prefeitura de Marabá para solicitar a retomada desse serviço, um dos únicos que ficaram de fora do mais recente decreto de flexibilização do comércio. Segundo o Decreto Estadual nº 609/2020, bares permanecem fechados como medida protetiva ao contágio do coronavírus.
Na tarde de quarta-feira (17), foi publicado o Decreto Municipal nº 60/2020, que permite a abertura de shoppings, academias, restaurantes, lanchonetes, faculdades e cursos profissionais. No entanto, o segmento de bares ficou de fora do “Decretão” do prefeito Tião Miranda.
Empunhando faixas com dizeres “Precisamos trabalhar” e listando as categorias atingidas e necessitadas, os manifestantes se agruparam em frente à Prefeitura para tentar um diálogo com o Poder Público do Município.
João de Paula é dono de um bar no Núcleo Nova Marabá, e diz que a situação está complicada, não sendo mais viável permanecer fechado.
“Estamos há três meses sem funcionar, e não tem condições de continuar assim. Tenho funcionários para manter, tenho fornecedores para pagar, e os serviços de delivery não sustentam. Acho que podemos retornar, mesmo que de forma reduzida, pois ficar parado assim não dá”, conta João.
Leonardo Sampaio é garçom há 10 anos, e desde o fechamento dos bares no mês de março, está sem trabalhar. “Nós vivemos dos serviços que prestamos na noite, estou há três meses parado. Às vezes, aparece algum bico de outro serviço para fazer, mas só com isso não conseguimos nos manter. Estávamos recebendo o auxílio da Medida Provisória de ajuda às empresas do nosso segmento, que incluía até nosso salário, mas depois que acabar, como ficaremos?”, questiona Leonardo.
Para Rose Oliveira, que também é garçonete, a situação é bem pior. Desde que os bares fecharam, ela diz estar desempregada, pois dependia das casas noturnas como fonte de renda. “Minhas contas estão ficando atrasadas, desde energia até aluguel, além de ter meus filhos também para alimentar. Nós gostaríamos que retomasse o funcionamento dos bares, se não ficaremos sem renda”, clama Rose.
PREFEITURA DIALOGA
Diante da solicitação dos manifestantes, o chefe de gabinete, Walmor Costa, recebeu dois representantes para ouvir as demandas e dar a posição da Prefeitura.
O Portal Correio conversou com uma das representantes que esteve na reunião, Cleia Ribeiro. Ela conta que Walmor manifestou a compreensão da Prefeitura com todos os segmentos afetados pelos três meses de pandemia na região, mas, que os estabelecimentos estão retomando, com cuidado, o seu funcionamento.
“A Prefeitura solicitou que nós elaborássemos um plano de retomada dos bares na cidade, definindo quais medidas tomaremos para dar segurança aos clientes e evitar a contaminação pelo coronavírus. Com esse plano, eles irão entrar com uma ação no Ministério Público para tentar a retomada do nosso segmento”, explica Cleia.
Ela acrescenta que os empresários do ramo já estão se mobilizando para a elaboração desse documento e entregá-lo o quanto antes à gestão municipal. “Estamos correndo atrás disso, pois não podemos esperar mais, tendo em vista que temos funcionários, fornecedores e despesas para serem pagos”, finaliza Cleia. (Zeus Bandeira e Josseli Carvalho)
Fonte: correiodecarajas.com.br
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