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Cura para animais com Leishmaniose é aprovada

Fim da eutanásia

Cura para animais com Leishmaniose é aprovada no Brasil

Uma nova droga foi aprovada no Brasil para o combate da leishmaniose visceral em animais. O medicamento Miltefosina, cujo nome comercial é Milteforan, já é usado em outros países, porém como só foi aprovado este ano no Brasil, a medicação estará apta a ser comercializada apenas daqui alguns meses, e com restrição.

“No momento, ele pode ser comprado no exterior, porém o valor não é acessível. Como nosso país ainda está engatinhando em relação à normatização do tratamento desta doença, a droga será liberada para comercialização somente em dezembro deste ano para uso exclusivo veterinário”, disse o médico veterinário Arthur Wada.

De acordo com o profissional, não existia tratamento para a doença e, desde 1963, os veterinários eram proibidos pelo Ministério da Saúde e pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) a tratar, devendo indicar ou realizar a eutanásia nos animais infectados. Para Wada, a liberação do uso do remédio é um passo importante, pois pode significar o fim da prática da eutanásia futuramente.

Indagado sobre como a medicação atua no combate a Leishmaniose, o médico veterinário Arthur Wada explicou ao CORREIO que a droga atua como tratamento para a cura clínica, mas que uma parcela dos cães infectados acaba chegando a cura parasitológica, pois a Miltefosina age diretamente matando o parasita.

A medicação apresenta baixíssimos efeitos colaterais, segundo Wada. Em 16 % dos animais tratados pode ocasionar vômito ou diarreia por um ou dois dias no início do tratamento, diferente do remédio utilizado em humanos, o Glucantine (Antimoniato de Meglumina) que pode causar sérios problemas renais e hepáticos.

Ainda de acordo com o médico veterinário, a liberação dessa medicação representa um grande avanço para acabar com o biocídio de cães no país. “Somos o único país no mundo onde ocorre a eutanásia de cães como forma de controle, indo contra as indicações da OMS (Organização Mundial da Saúde). Não existe comprovação de que a eutanásia de cães diminui a incidência da doença em humanos. Pelo contrário, os dados em nosso país, onde ocorre a eutanásia de cães em larga escala, mostram o aumento no número de casos da leishmaniose em humanos”, disse Wada.

Ainda não dá para saber os valores iniciais da droga no mercado, mas Arthur Wada arrisca dizer que ainda não será acessível para todos, contudo existem outras medicações com valores acessíveis aguardando também a liberação. “Este é o apenas o primeiro passo”, concluiu.

(Nathália Viegas e Jackeline Chagas)

Fonte: Fonte: CT ONLINE



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