Agosto, setembro… somente em 2021. A discussão sobre quando seria seguro reabrir as escolas está longe de acabar e as possíveis datas já mudaram algumas vezes. O cenário de incerteza provocado pela pandemia de covid-19 também está deixando muitos pais em dúvida quanto a mandar seus filhos para a escola no segundo semestre e alguns optaram por cancelar a matricula.
“Segura, sem a vacina, eu não vou me sentir nunca para mandar minha filha para a escola. Ainda nem matriculei ela (para o ano que vem), não sei em que colégio ela vai estudar, se vai continuar na mesma escola… a gente não tem previsão de nada ainda”, conta a consultora jurídica Manoella Maues, que optou por tirar da escola a filha, Maria Flor, de 3 anos, e assumir por conta própria as atividades pedagógicas da menina. “Fizemos as aulas em casa durante um tempo, mas percebi que não tinha muito retorno. Então preferi fazer as atividades com ela de manhã. Achei melhor dessa forma”, disse.
Essa decisão foi tomada também pela professora Márcia Peres. Mãe de três meninas, apenas a mais velha continua matriculada, mas estudando em casa, por vídeo aula. A professora assumiu integralmente a educação das outras duas. “Isadora e Monalisa eu cancelei a matricula e ensino em casa. A Valentina, como já está no ensino fundamental, não tinha como cancelar. Mas, se voltar, eu vou conversar com a professora para que ela entre da porcentagem que vai assistir aula em casa”, afirma. “Escola é aglomeração. Imagina uma criança de três anos, sentada em fila, sem poder se aproximar de ninguém. Eu não mandaria, de jeito nenhum”, completa.
Uma alteração na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), em abril de 2013, tornou obrigatório o ensino no Brasil entre os 4 e os 17 anos. Sendo os pais os responsáveis por colocar as crianças na educação infantil a partir dos 4 anos e por sua permanência até os 17. Anteriormente, a idade mínima era de seis anos.
Retorno gradual
Entre as várias propostas que surgiram para a volta as aulas, está o retorno gradual, em que apenas uma parte dos estudantes voltaria à sala de aula, enquanto o restante permaneceria estudando em casa, com acompanhamento das escolas. Essa estratégia já é considerada, por exemplo, pela Secretaria Municipal de Educação (Semec), em Belém, que cogita o retorno das aulas para setembro.
De acordo com a Semec, inicialmente, a rede municipal deve adotar o sistema híbrido, com as escolas funcionando em dias alternados da semana, com 50% de alunos presencialmente e 50% a distância. Em nota, a Secretaria informou ainda que o plano de retomada prevê “diversas medidas de proteção aos alunos e servidores das escolas”.
Entre as medidas estão a pulverizações das unidades; tapete com hipoclorito para higienização dos sapatos na entrada e saída dos alunos; controle de temperatura com termômetro de testa infravermelho; dispenses de álcool em gel e instalação de pias na entrada das escolas, com água e sabão para higienização das mãos, além 160 mil máscaras para professores e alunos.
Na rede pública estadual, o retorno, que inicialmente estava previsto para o dia 3 de agosto, foi adiado e segue sem data definida. Segundo a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), uma nova avaliação epidemiológica será feita no dia 15 de agosto. Já o sindicato que representa as escolas particulares anunciou na sexta-feira, 17, que já têm um protocolo sanitário para o retorno das aulas presenciais no próximo dia 3 de agosto, mas ainda depende da autorização das autoridades competentes para confirmar a data de retorno.
Crianças e covid-19
As crianças e adolescentes não fazem parte do grupo de risco da covid-19, mas não estão imunes à doença. No Pará, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), foram registrados mais de 8 mil casos na faixa etária de 0 até 16 anos, com 45 óbitos. Ainda segundo a Sespa, “a maior taxa de letalidade se concentra em crianças com até 1 ano de idade (1,19) e a menor está entre adolescentes de 11 aos 12 anos (0,10)”. Vale lembrar também que, uma vez infectados, tanto crianças quanto adolescentes podem transmitir a doença.
Fonte: romanews.com
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