A ação de criminosos que roubam o Auxílio Emergencial de beneficiários do Governo Federal continua em Marabá. Mais pessoas seguem sendo vítimas, à medida que os valores são disponibilizados nas contas digitais. A Polícia Federal segue na cola dos autores desse crime virtual para tentar finalmente elucidar o caso.
Duas das novas vítimas são os irmãos José e Moisés Oliveira da Silva, que moram na Vila Plano Dourado, a quase 300 quilômetros de Marabá. Eles vieram à zona urbana apenas para sacar o benefício, porém, ao chegar, foram informados pela atendente da Caixa Econômica Federal que o valor não estava mais disponível, devido ao pagamento de um boleto.
Genival Feitosa é primo dos irmãos e por residir em Marabá está tentando reverter a situação, mas até o momento não há muitas respostas. “Já pensou, eles saírem dessa Vila há quase 300 km de Marabá e chegar aqui e se deparar com uma situação dessas? Ainda mais eles, que vivem na roça e estão precisando tanto desse dinheiro”, comenta Genival.
Devido a falta de conhecimento e orientação, os irmãos José e Moises acabaram não indo à Delegacia de Polícia Federal, e coube a Genival fazer o registro do Boletim de Ocorrência (BO).
Na agência da Caixa, a orientação que os irmãos receberam foi de retornar após 20 dias e que mesmo o primo poderia levar os documentos para representá-los, mas, até lá, nada de benefício.
PF AVANÇA NAS INVESTIGAÇÕES
Segundo o delegado da Polícia Federal, Marcelo Mascarenhas, a contestação do débito desconhecido nas contas digitais deve ser feita na agência da Caixa Econômica. A partir daí, a Caixa faz uma filtragem e repassa para a PF mostrando as contestações e já instruindo quanto à documentação necessária, para que sejam feitas as investigações.
“A maioria são casos de boletos sendo pagos tanto em Marabá, quanto em outras cidades e capitais do Brasil. Trata-se de uma quadrilha organizada, que está sendo investigada, e as apurações estão bem adiantadas”, explica o delegado Marcelo.
Além disso, o DPF também aponta que há fraudes paralelas, que seriam de familiares e estranhos que se oferecem para ajudar os beneficiários e acabam aplicando o golpe neles.
CAIXA SE POSICIONA
O Portal Correio questionou novamente a Caixa Econômica Federal sobre os golpes ocorridos nas contas digitais. A Assessoria de Imprensa enviou a seguinte nota de esclarecimento:
“A CAIXA esclarece que o aplicativo CAIXA Tem possui múltiplos mecanismos integrados de segurança, mantendo-se inviolável e seguro. O baixo percentual de fraudes observado deve-se à engenharia social, em que são utilizadas informações, documentos e acessos dos próprios clientes. Assim, recomenda-se utilizar apenas os aplicativos oficiais da CAIXA e jamais compartilhar informações pessoais.
Adicionalmente, a área de segurança do banco monitora continuamente as contas e acessos e, em caso de suspeita, realiza o bloqueio preventivo da conta para proteger os clientes. Dessa forma, os usuários do CAIXA Tem que receberem a mensagem ‘Procure uma agência da CAIXA com seu documento de identidade para regularizar seu cadastro’, devem seguir essa orientação para a regularização do acesso e conta.
A CAIXA, agente financeiro do maior programa de inclusão, financeira e digital do Brasil, já pagou mais de R$ 121 bilhões para 65,2 milhões de pessoas.
Além de garantir segurança financeira dos beneficiários, a ação de pagamentos da CAIXA vem promovendo a maior operação de transferência de renda da história do país.
Eventuais contestações de saques podem ser formalizadas pelo beneficiário diretamente em qualquer agência da CAIXA. Para os casos em que houver comprovação de saque fraudulento, o beneficiário será devidamente ressarcido.
Visando evitar eventuais pagamentos indevidos, a CAIXA enfatiza que o cartão e senha cidadão são pessoais e intransferíveis, não devendo ser fornecidos para outra pessoa. O titular do cartão deve guardá-lo em local seguro e a senha não deve ser anotada”.
(Zeus Bandeira)
Fonte: correiodecarajas.com.br
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