“A equipe do Hupe que não foi vacinada está se sentindo abandonada”, alegam funcionários do Hospital Universitário Pedro Ernesto, o Hupe, ligado à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Segundo um servidor que não teve a identificação revelada, os trabalhadores estão se sentindo enganados e traídos pelo poder público.

Em 2020, na fase mais crítica da pandemia – que agora voltou a recrudescer –, a unidade, que fica em Vila Isabel, na Zona Norte, recebeu dezenas de pacientes com covid e, neste ano, mais pessoas infectadas continuam a ser atendidas no hospital. Apesar disso, parte dos funcionários considera que foi deixada para trás na imunização.

“É um misto de decepção, abandono, desprestígio. Um misto de sensações ruins e de desmotivação. Muitos pegaram covid, perdemos colegas. Temos uma sensação de abandono e manipulação do estado”, relatou um funcionário.

As reclamações não se referem apenas ao descaso com o corpo de servidores na hora da vacinação. Também há relatos de funcionários dando “carteiradas” para furar a fila de prioridades e outros que, mesmo aposentados, vão à unidade para receber doses das vacinas.

A assessoria da Uerj informou, por meio de nota, que seguiu as orientações do Plano Nacional de Vacinação nas suas unidades de saúde”, e que “os profissionais da linha de frente no combate à Covid-19 para o recebimento da primeira fase da vacina”. A universidade complementou dizendo que “todo o processo vem sendo efetuado de forma transparente, seguindo os protocolos determinados pelas instâncias governamentais”.