Uma área na zona rural do município de Moju, próximo das margens da PA-150, pertencente à Embrapa, mas que não vem sendo utilizada, atraiu o interesse de 75 famílias de sem-terra que estão acampadas por lá esperando o momento de ocupá-la, para tocar um projeto de agricultura familiar. Acontece, porém, que um grupo de madeireiros também teve a mesma ideia: ocupar o local, mas para extrair madeira. Agora um conflito está instalado na área.
Imagens feitas pelos próprios camponeses mostram pilhas de árvores arrancadas, um crime ambiental em uma das poucas áreas razoavelmente preservadas na microrregião de Tomé-Açu. Além disso, os sem-terra dizem ter sido ameaçados por madeireiros, que teriam inclusive atirado nos barracos dos acampados. A iminência de um conflito é real.
Os colonos afirmam que querem apenas um lugar para viver e, inclusive já até fizeram um mapeamento e dividiram a terra em pequenos lotes familiares, conforme explicou Paulo Bispo, um dos líderes do movimento.
“Eu tô esperando a liberação pra gente poder trabalhar. Se tiver condição de liberar eu quero a resposta logo, porque o pessoal está aqui todo mundo aguardando, esperando a liberação”, declarou Paulo Bispo, em vídeo enviado à Embrapa e também à Imprensa.
Nossa reportagem não conseguiu contato com a Embrapa para falar sobre a situação legal a área em litígio. Por outro lado, o 8º Comando de Policiamento Regional (CPR-VIII) informou, por telefone, já ter tomado conhecimento da situação e que o Ibama também já foi informado e enviou duas equipes para verificar a situação de desmatamento na área.