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Com inflação e furtos, mercados de SP colocam alarme em peças de carne; redes também entregam bandejas vazias até pagamento

Idec afirma que medidas são permitidas, mas clientes têm o direito de ver o produto ser pesado e cortado. Procon destaca que práticas não podem ser discriminatórias.

Com o aumento do preço da carne bovina e o temor de furtos, supermercados da Grande São Paulo estão adotando diversas medidas de segurança em seus açougues. Além da prática de entregar bandejas de carne vazias aos clientes até que o produto seja pago no caixa, há redes que colocaram alarmes em peças de carne e relatos de seguranças dedicados apenas à área de açougue.

Os alarmes, antes restritos a produtos de maior custo, como bebidas importadas, por exemplo, vêm se tornando corriqueiros no setor de açougue de diversas redes. Segundo funcionários entrevistados pela TV Globo, o equipamento tem sido adotada por conta do alto preço da carne, com peças que podem custar mais de R$ 100.

Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), não há ilegalidade nas práticas da bandeja vazia e do alarme, e os mercados podem fazer isso com produtos que considerem muito visados. No entanto, o Idec alerta que o cliente tem o direto de ver a carne, ou seja, escolher a peça, esperar que o açougueiro a corte na sua frente e aí receber, no caixa, o mesmo pacote.

“Faz parte do direito de escolha do consumidor analisar a peça antes de comprar. Isso é importante que seja respeitado e qualquer limitação nesse sentido não pode ocorrer. Também é importante que o consumidor verifique que o produto entregue é aquele que ele solicitou no momento da compra”, disse o representante do Idec, Igor Marchetti.

“Além disso, o fato da rede de supermercados somente nessa região aplicar tal conduta pode ser considerada atitude discriminatória, ferindo a isonomia que é preceito básico das relações de consumo”, completou Marchetti.

 

Procon também destacou que as medidas não podem ser discriminatórias. “É inaceitável critérios de discriminação, em razão do local ou porque qualquer outro critério”, disse o diretor da entidade, sobre o caso da bandeja vazia no Jardim Ângela.

Nesta terça (19), na unidade do Bom Retiro da rede Sam’s Club, na região central da capital, peças de carnes nobres como picanha e filé mignon estavam envoltas em uma rede de fios que se conecta a um alarme antifurto.

A mesma estratégia ocorre no Carrefour da Casa Verde, na Zona Norte da cidade. No local, carnes de cortes mais baratos, como lagarto e contrafilé, também ficam protegidas por alarmes.

No atacadista Big da Barra Funda, na Zona Oeste da cidade, diversas peças de carne bovina também são embaladas com redes e alarmes individuais.

Fonte: g1.globo.com



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