Nesta segunda-feira, 25 um tribunal de Munique, na Alemanha, condenou a 10 anos de prisão uma alemã que integrou o grupo extremista Estado Islâmico (EI), acusada de deixar uma menina transformada em escrava no Iraque morrer de sede.
Acusada de crimes de guerra e assassinatos, a mulher identificada como Jennifer Wenisch, de 30 anos, poderia ter sido condenada à prisão perpétua. O julgamento dela foi um dos primeiros julgamentos no mundo sobre os crimes de guerra cometidos contra os yazidis, uma minoria perseguida no Iraque e na Síria.
Acontecimentos
Durante o julgamento, a acusada conta que viajou ao Iraque para se reunir com “os irmãos” e durante vários meses, integrou a polícia de Fallujah e Mossul, onde participava da patrulha armada. A força de segurança em questão controlava o respeito às regras de vestimentas e comportamentos estabelecidas pelos extremistas.
A acusação cinta que em 2015, a mulher e seu então marido Taha Al-Jumailly (processado em Frankfurt em um julgamento paralelo) compraram uma menina de cinco anos e sua mãe da minoria yazidi, prisioneiras do EI, para explotar as duas como escravas.
Após ter urinado em um colchão, a menina foi “castigada”, sendo amarrada a uma janela do lado de fora da casa, a uma temperatura de quase 50°C.
A criança morreu de sede, enquanto a mãe foi obrigada a permanecer a serviço do casal. Jennifer Wenisch declarou que a ação foi feita pelo marido e que ela tinha medo de ser “empurrada, ou trancada”.
No entanto, a versão foi contestada pela mãe da criança, Nora T., que hoje vive em um local não revelado da Alemanha. Testemunha-chave, a sobrevivente foi ouvida durante os julgamentos dos ex-cônjuges.
“Me tornei um exemplo de tudo que aconteceu sob o EI. É difícil imaginar que isto é possível em um Estado de direito”, afirmou Jennifer, como forma de defesa, durante uma das últimas audiências, relata o jornal Süddeutsche Zeitung.
Fonte: romanews.com
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