No final da tarde de ontem (27), o delegado Luiz Flávio Zampronha, diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado no Pará, falou sobre a Operação “Terra Desolata”, que desarticulou garimpo clandestino de ouro que agia no sul do Pará, especialmente em áreas indígenas. Segundo ele, a mega operação desta quarta, realizada em 10 Estados, foi apenas o primeiro grande passo para conter o avanço da atividade criminosa que movimentou mais de R$ 300 milhões somente no ano passado.
Para se ter uma ideia do poderio da organização criminosa, que explorava as riquezas naturais do Pará, exportando principalmente para a Europa, a Justiça Federal mandou bloquear nada menos de R$ 469,4 milhões que estavam nas contas dos investigados.
Durante a operação foram apreendidos 17 veículos, entre caminhonetes e carros de luxo, diversas pepitas e barras de ouro, além sete escavadeiras hidráulicas, totalizando o valor aproximado de R$ 9,5 milhões. Além disso, foram cumpridos oito dos 12 mandados de prisão expedidos pela justiça.
Estratégia consolidada
De acordo com o delegado Zampronha, a operação teve como uma das principais estratégias a identificação e localização do patrimônio da organização criminosa, com o objetivo de descapitalizar o grupo, retirando sua capacidade econômica para que os acusados não retomem as atividades de forma imediata.
“A estratégia de descapitalização já é consolidada pela Polícia Federal e nós a aplicamos em várias modalidades criminosas e agora tentamos intensificá-la”, explicou o delegado.
Ainda conforme o delegado, os próximos passos da investigação dizem respeito a análise do material coletado, a identificação de outros possíveis envolvidos, a oitiva dos presos e “a coleta de outros elementos visando a identificação de cadeias, integrantes e outros níveis da organização criminosa”.