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Variante Ômicron pode ser um ‘presente de natal’ e acelerar o fim da pandemia, diz especialista

12 dias após a Organização Mundial da Saúde (OMS) ser notificada por cientistas sul-africanos sobre o surgimento de uma nova variante da covid, a nova cepa chamada Ômicron já se espalhou por 47 países e todos os continentes, sugerindo maior potencial de transmissibilidade em relação as cepas anteriores. No entanto, o que foi recebido inicialmente com susto e preocupação foi aliviado lentamente após diversos cientistas mostrarem motivos para que a Ômicron, na verdade, seja considerada uma boa novidade.

Um dos cientistas que concorda com a teoria de que a nova cepa é benéfica para a humanidade é o epidemiologista Karl Lauterbach, avaliado como o principal candidato ao cargo de futuro ministro da Saúde da Alemanha. na última quarta-feira, 1, Karl chegou a declarar que a variante pode ser um “presente de Natal antecipado”, que vai ‘acelerar’ o fim da pandemia.

Para o epidemiologista alemão, as 32 mutações encontradas na proteína spike – usada pelo coronavírus para se ligar às células humanas – pode significar que ele evoluiu para se tornar mais transmissível e menos letal, seguindo uma evolução que se verifica na maioria dos vírus respiratórios, incluindo nas gripes e resfriados comuns. A hipótese dele é de que, embora mais pessoas fiquem doentes, menos pacientes devem evoluir para casos graves e diminuindo as chances de morte. Ele destacou também que até o momento, não foi registrada nenhuma morte provocada pela Ômicron. A maioria dos casos notificados são de pacientes com sintomas leves, extremamente leves ou assintomáticos.

O especialista em mutações de vírus e professor do Instituto de Biologia da UnB, Bergmann Ribeiro, explica que os vírus costumam se adaptar aos hospedeiros para sobreviver por mais tempo. Ele cita que ao se tornar mais letal, o vírus coloca em risco sua própria sobrevivência, já que o hospedeiro pode morrer antes de transmiti-lo: “Não é um bom negócio para o vírus matar o seu hospedeiro. Normalmente ele aumenta a produção de vírus, a transmissibilidade e, ao longo do tempo, vai se adaptando. A longo prazo, existe a tendência do vírus ficar endêmico e ser menos letal, assim como ocorreu com os coronavírus que causam a gripe comum”, explica.

De acordo com Ribeiro, responsável pelas pesquisas de sequenciamento do Sars-CoV-2 no DF, ainda não necessários mais estudos para confirmar se a Ômicron seria, de fato, esse ‘presente de Natal’ citado pelo infectologista alemão: “Muita gente que foi infectada já foi vacinada e tem uma defesa formada contra o vírus, então ele não vai causar mais danos nessas pessoas. Já nas que não foram vacinadas, esse vírus pode causar uma doença letal como as variantes anteriores. Isso tem que ser analisado com cautela. Ainda não temos dados suficientes para afirmar que esta é uma variante menos letal ou que causa menos problemas”, afirma Ribeiro.

Para o especialista brasileiro, a vacinação ainda é a melhor resposta para o fim da pandemia “É o único jeito de eliminar a circulação viral em grande escala. Entretanto, esse vírus nunca vai deixar de circular. Ele veio para ficar, esporadicamente vão ocorrer infecções e ele vai continuar mudando. É provável que teremos de continuar tomando vacinas contra os coronavírus”, afirma.

Fonte: romanews.com



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