Alunos da Escola Municipal Brigadeiro Eduardo Gomes, no Jardim Guanabara, na Ilha do Governador, onde um estudante atacou colegas com uma faca, voltaram às aulas nesta segunda-feira (9). Porém, as duas meninas e o menino que foram atingidos ainda não têm previsão de retorno. Todos sofreram ferimentos leves, mas eles seguem com a memória dos momentos de terror.
“Eu vi ele atacando ela, só que na primeira vista que eu olhei, eu achava que era um ‘negocinho’ de papel, eu achava que era isso, porque ele tinha bem essas brincadeiras de mau gosto. Aí eu pedi para ele parar. Nisso que eu pedi para ele parar, ele meio que começou a me atacar, e ela saiu correndo. Eu só vi o meu rosto sangrando e os outros dois machucados, eu não senti”, afirmou uma das alunas atingidas.
Os estudantes esfaqueados têm 14 anos. Eles foram atingidos por um colega de sala, da mesma idade. O aluno agressor foi transferido para uma unidade de saúde psiquiátrica da Prefeitura do Rio de Janeiro para avaliação e segue em observação.
A Secretaria Municipal de Educação afirma que preparou formas de acolhimento dos estudantes e funcionários em conjunto com as pastas de Saúde e Assistência Social.
“Nos primeiros dias, quando eu dormia, quando eu conseguia, né, dormir, era bem complicado, passava tudo na minha cabeça de novo e qualquer barulho eu já acordava. Não consigo ficar sozinha, não consigo dormir sozinha, não consigo fazer nada sozinha”, disse outra menor atingida.
O pai de uma das estudantes contou que recebeu um telefonema da filha, que tinha acabado de ser esfaqueada.
“Eu cheguei em casa entre umas 8h30, 9h. Eu tomei um banho e ia deitar. Daqui a pouco ela me ligou: ‘Pai, o garoto me furou e eu estou cheia de sangue aqui. Vem para cá, vem para cá’. Aí eu fui, peguei o meu carro e fui direto”, disse Eduardo Pereira dos Santos.
A mãe de uma aluna afirmou que encontrou um cenário de terror na escola.
“Quando eu cheguei e me deparei com aquele monte de ambulância e um monte de polícia, a primeira coisa que eu pensei que era uma arma de fogo. Que alguém tinha entrado na escola e feito o pior com uma arma de fogo. Aí eu fui entrando pelo pátio, era mãe desmaiando, quase 500 crianças ao mesmo tempo chorando. Eu fiquei extremamente nervosa. Minhas pernas bambearam e eu estava perdendo as forças”, afirmou Daniele Rodrigues Fonseca.
Na secretaria, ela encontrou a filha sendo atendida e ficou um pouco mais tranquila.
“Eu entrei na secretaria e vi os bombeiros prestando os primeiros socorros. Ela estava toda ensanguentada, toda enfaixada e eu sem entender nada. A diretora me abraçou e falou: ‘Mãe, calma que vai ficar tudo bem com as crianças’”, disse Daniele.
No dia do ataque, a Secretaria de Educação afirmou que o aluno que esfaqueou os colegas já estava recebendo apoio psicológico no Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil da Ilha do Governador.
Fonte: g1.globo.com
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