O professor de inglês e influenciador digital Felipe Coelho, filho do casal de idosos morto a facadas em um apartamento na Zona Sul do Rio de Janeiro, afirmou em depoimento à Polícia Civil que terminou com o ex-namorado, e principal suspeito pelo assassinato, após ser agredido por ele durante uma festa, em abril.
Felipe contou aos investigadores que o oficial da Marinha, capitão de fragata Cristiano Lacerda, de 39 anos, era muito agressivo e não aceitava o fim do relacionamento. No depoimento, o professor disse que o militar se recusou a sair do imóvel que os dois dividiam no Rio de Janeiro durante o período de separação do casal.
Após o término, em abril, Felipe viajou para Fortaleza, onde os pais moravam, e permaneceu na cidade por um mês. Ao voltar para o Rio, ele concordou em ficar no mesmo apartamento que Cristiano, até que o militar conseguisse outro local para morar. Segundo Felipe, o término parecia ser “amigável”.
O casal formado por Geraldo Coelho, 73 anos, e Osélia Coelho, 72 anos, chegou ao Rio de Janeiro no último dia 17 de junho para passar alguns dias com o filho. Segundo Felipe, os pais estavam felizes com a visita à cidade.
O professor de inglês também revelou aos policiais que o ex-namorado foi carinhoso com os pais durante a estadia dos dois. O casal de idosos, Felipe e Cristiano dividiram o apartamento na Zona Sul durante o período.
Contudo, na última quarta-feira (22), o professor teria tido uma briga com o ex-namorado na frente dos pais, segundo seu depoimento à polícia.
O casal formado por Geraldo Coelho, 73 anos, e Osélia Coelho, 72 anos, foi encontrado sem vida em cima de um sofá-cama, na sala do imóvel, na madrugada do último sábado (25).
De acordo com a perícia preliminar realizada no apartamento do casal, pela posição dos corpos, Geraldo e Osélia foram atacados enquanto dormiam.
“Isso é além de qualquer racionalidade, de qualquer previsibilidade. É inimaginável. Vai além de qualquer racionalidade”, comentou Felipe.
“Meus pais eram as pessoas mais doces desse mundo. Meu pai era um exemplo pra mim. Um homem integro, de Deus, muito tranquilo. Não fazia mal a ninguém. Minha mãe era alegria onde ela tava, era alegria de qualquer lugar, ela adorava ser engraçada, contar piada. (ri e chora) Ela era mulher de Deus, de oração, orava pelos filhos”, disse Felipe ao RJ2.
Principal suspeito pelo crime, Cristiano foi encontrado no apartamento inconsciente, deitado dentro do baú da cama box, dopado. Policiais também encontraram uma faca com sangue, garrafas de bebida, seringas, remédios controlados e receitas em nome de Cristiano. Ele estava com um ferimento na mão.
O suspeito foi preso em flagrante e levado sob custódia para o Hospital Miguel Couto, na Gávea. Nesta segunda-feira (27), a Justiça converteu a prisão em flagrante do militar em prisão preventiva. Cristiano foi transferido para o Hospital Marcílio Dias, da Marinha, onde segue sob custódia.
“A nossa família inteira está dilacerada. Somos 3 filhos homens. Eles eram avós de 3 netinhos: uma de 6, um de 11 e outra de 15”, contou Felipe ao g1.
Na noite da última sexta (24), Cristiano teve uma crise de ciúmes porque Felipe saiu sozinho para uma festa em Ipanema, também na Zona Sul.
Cristiano chegou a mandar mensagens para Felipe pedindo para que ele voltasse para casa, alegando que a mãe dele estaria passando mal.
“Eu esperava chegar em casa e ver minha mãe gripada, com tontura, com enjoo, com alguma coisa. Foi o pior dia da minha vida (chora muito)”, comentou Felipe.
Às 22h50 de sexta-feira, Felipe recebeu a primeira mensagem de Cristiano naquela noite. No texto, o alerta de que a mãe dele estaria passando mal. Na sequência, o professor ligou para os pais, mas que nenhum dos dois atendeu, segundo o depoimento.
Um pouco depois, às 23h10, Felipe atendeu uma ligação do ex-namorado que teria dito: “Sua mãe está passando mal, você vai continuar aí com seus amigos ricos?”.
Às 23h14, Cristiano enviou uma nova mensagem: “É melhor vir para casa seu escroto”.
Ainda segundo seu depoimento, Felipe chegou em casa e percebeu todas as luzas apagadas. Quando ligou o interruptor, viu os pais mortos no sofá-cama da sala.
Nesse momento, o professor entrou em desespero e começou a gritar por ajuda. Segundo testemunhas, ele teria ameaçado se jogar da janela do apartamento, ainda em choque com a morte dos pais.
Logo depois, de acordo com o relato, Felipe chamou a polícia e saiu do imóvel para aguardar a chegada dos policiais.
Fonte: g1.globo.com
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