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Cearense se torna campeã de fisiculturismo nos EUA e fala sobre preparação para torneio nacional

Priscilla Lynd ficou em 1º lugar na categoria overall em torneio realizado na cidade de Nova York no início de julho. Atleta revela preparação para os próximos torneios, rotina de treinos e os desafios enfrentados na carreira.

A fisioterapeuta e fisiculturista cearense Priscilla Lynd, de 36 anos, se tornou campeã overall nos Estados Unidos, categoria mais famosa do fisiculturismo (ou bodybuilding, em inglês). A agora atleta profissional, natural de Fortaleza, sempre gostou de esportes, mas somente há cerca de um ano decidiu começar a competir nas categorias amadoras e desde então não parou mais.

Mãe de uma menina de 3 anos, fruto do casamento com um americano, a brasileira falou ao g1 sobre a rotina de treinos, a dieta, os desafios e a preparação para os próximos torneios.

“Aos 15 anos me mudei para os Estados Unidos e já na escola eu jogava vôlei, futebol, praticava corrida. Aos 18 anos eu entrei para a academia e também fiz crossfit por cerca de nove anos, fiquei grávida, parei por um tempo, até que perto de completar 35 anos decidi pelo fisiculturismo”, relata.

Priscilla conta que as primeiras competições foram difíceis e os resultados não foram os que ela esperava, mas serviram de motivação para continuar lutando até conquistar o direito de competir nos torneios nacionais dos Estados Unidos.

“Em novembro de 2020, após um ano de cancelamentos por causa da pandemia, resolvi competir pela primeira vez na categoria Bikini, mas não me qualifiquei para subir de categoria, ficando em 14º lugar, e aumentei a intensidade da preparação. Por orientação dos próprios juízes passei a competir na categoria Wellness e já em abril de 2021 consegui melhorar meu desempenho ficando entre as cinco primeiras”, afirma.

A categoria Bikini é a divisão feminina mais popular atualmente, segundo Priscilla. As competidoras usam maiô de duas peças, saltos altos e joias cintilantes, e são julgadas pela aparência física geral, incluindo pele e apresentação. A atitude no palco conta muito também.

Já a categoria Wellness, que recentemente chegou aos EUA, é mais comum no Brasil. Na modalidade são avaliadas as atletas que têm coxas e glúteos volumosos, conservam o corpo feminino e exibem pouco percentual de gordura.

Em junho deste ano, a atleta participou do NPC Juniors Nacional e conseguiu o Pro Card ao ficar em terceiro lugar. O Pro Card é um documento que permite ao atleta competir em torneios profissionais da modalidade. Foi a partir dessa conquista que a fisiculturista conseguiu a mais recente e importante conquista.

“Acabei de ganhar o Master and Open Overall no NPC Universe em Nova York, onde conquistei meu IFBB Pro Card e agora posso competir em ligas profissionais do mundo. Em agosto estarei em Tampa, na Flórida, em um torneio nacional que pode me qualificar para o Olimpya, torneio mais importante do ano, que é como uma final de copa do mundo do fisiculturismo a ser realizado em dezembro em Las Vegas”, comemora.

Dieta e treinos

A preparação para se apresentar nas competições exige tempo, dedicação aos treinos e uma alimentação regrada pela disciplina além do alto valor investido em suplementação, personal trainner e despesas com viagens e hospedagens. Priscilla diz que chega a passar horas na academia durante quase todo o dia.

“Eu tenho um treinador que me acompanha, me dá o protocolo, faz meu treino baseado na minha dieta. Como de três em três horas. Treino seis vezes por semana. Pela manhã tenho o ‘cárdio’ em jejum, um pouco mais tarde vem o treino na academia. Cada treino dura em média de uma hora e meia a duas horas. Ainda tenho que cuidar da minha filha de três anos e devido a essa correria durmo cerca de seis horas por dia, não é fácil”, comenta.

Manter uma vida disciplinada também tem seus obstáculos, que vão desde a dificuldade para conseguir patrocínio, passando pela luta psicológica consigo mesmo, à perda de amigos. Esses são apenas alguns dos desafios a serem enfrentados por quem planeja fazer parte do seleto grupo de fisiculturistas, segundo a atleta.

“Quando comecei, eu queria estar no topo e não é assim. Demora. Precisa de dedicação para crescer e isso não acontece do dia para a noite. Você trava uma luta interna. É um esporte solitário. É você tendo que se comparar consigo mesmo o tempo todo. É você contra você para se superar a cada dia. Até o círculo de amizades muda. É preciso deixar muita coisa de lado, é preciso saber se é isso mesmo que você quer e saber que exige muito investimento”, aconselha.

Prestes a subir no palco de um torneio nacional já como atleta profissional, tudo o que Priscilla mais deseja é ficar pelo menos no top 5 e garantir presença no Olympia no fim do ano. Para isso além do ritmo de treinos não pode faltar nunca o otimismo e a força de vontade.

“O meu objetivo agora é qualificar pro Olympia. Vou fazer o meu primeiro show profissional e estou competindo com pessoas que já estão há muito tempo na luta e pretendo ficar no top 5 em outras apresentações que vão acontecer em setembro. Se não der esse ano, farei temporada livre para voltar ainda mais forte e preparada na próxima temporada, em 2023”, finaliza.

Fonte: g1.globo.com



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