O Ministério da Saúde da Espanha notificou, nesta sexta-feira (29), a primeira morte de uma pessoa com varíola do macaco no país. Junto com a registrada no Brasil, são as duas primeiras mortes conhecidas fora da África no surto atual.
Na Espanha, um dos países com mais casos no mundo, 4.298 pessoas se infectaram com o vírus e uma delas morreu, de acordo com o Centro de Coordenação de Alertas e Emergências Sanitárias do Ministério da Saúde, que não deu mais detalhes.
Questionada sobre a influência do vírus na morte, uma porta-voz da pasta afirmou à AFP que apenas a autópsia poderá responder.
“Dos 3.750 pacientes com informações disponíveis, 120 foram hospitalizados (3,2%) e um faleceu”, afirma o relatório do ministério desta sexta, com base em dados da Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica.
Pouco antes, uma morte por varíola do macaco foi anunciada no Brasil: um homem de 41 anos com comorbidades, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Foi a primeira morte ligada à doença fora da África, onde já haviam sido notificados cinco falecimentos recentes.
O homem, “que estava em acompanhamento hospitalar para monitoramento de outras condições clinicas graves, evoluiu para óbito em 28/07”, afirmou a Secretaria de Saúde de Minas Gerais em comunicado.
“É importante destacar que ele tinha comorbidades importantes e graves, severas, para que não leve a um grande alvoroço na população, achando que a letalidade é alta. A letalidade continua sendo muito baixa”, disse o secretário de Saúde de Minas, Fábio Baccheretti, que explicou que o paciente estava em tratamento oncológico.
Segundo o Ministério da Saúde, foram registrados no Brasil cerca de 1.000 casos de varíola do macaco, a maioria deles em São Paulo e no Rio de Janeiro.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) ativou, no sábado, o nível máximo de alerta para reforçar a luta contra a doença, que já afetou mais de 18.000 pessoas em 78 países desde maio, indicou na quarta-feira o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Até então, haviam morrido cinco pessoas pela varíola do macaco, todas elas na África, e 10% dos casos precisaram de hospitalização para o gerenciamento da dor produzida pela infecção.
Desde o início de maio, foi identificado um aumento incomum dos casos fora dos países onde o vírus é endêmico, na África central e ocidental, espalhando-se por todo o mundo, em especial na Europa.
A varíola do macaco – detectada pela primeira vez no ser humano em 1970 – é menos perigosa e contagiosa que a antiga varíola, erradicada em 1980.
A maioria das pessoas infectadas são homens, relativamente jovens, que têm relações sexuais com homens e que vivem em áreas urbanas, informou a OMS.
Segundo um estudo do New England Journal of Medicine realizado com 528 pessoas em 16 países, o mais amplo até o momento, em 95% dos casos, o contágio se deu por via sexual.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) recomendou estender o uso de uma vacina contra a varíola, que já é utilizada em vários países, para combater a propagação da varíola do macaco.
Fonte: uol.com.br
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