O euro tem se desvalorizado acentuadamente frente ao dólar desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro. Na terceira semana de agosto, a moeda europeia caiu abaixo da paridade do dólar pela segunda vez atingindo seu menor valor em quase duas décadas.
A queda foi causada pela preocupação de investidores com uma potencial recessão na zona do euro, em meio ao recorde dos preços do gás e eletricidade, e das incertezas em torno do fornecimento russo do combustível fóssil para o bloco.
O euro fechou na terça-feira (23) em 0,9927 dólar, de acordo com o Banco Central Europeu (BCE), – a cotação de fechamento mais baixa dos últimos 20 anos. Pouco antes da guerra na Ucrânia, a moeda europeia estava cotada em 1,15 dólar.
O agravamento geral do cenário para a zona do euro diante do aumento dos preços do gás e preocupações de fornecimento está arrastando a moeda comum para o buraco. A imensa dependência de grandes economias, como Alemanha e Itália, do gás russo deixou os investidores temerosos, com economistas prevendo uma recessão muito mais rápida e dolorosa na zona do euro do que nos Estados Unidos.
Adicione-se a isso a diferença dos níveis das taxas de juro dos dois lados do Oceano Atlântico, pois a Reserva Federal dos EUA tem sido mais agressiva em aumentar as taxas em sua batalha contra a inflação.
O dólar também está se beneficiando de seu apelo de porto seguro: em meio a tantas turbulências e incertezas na economia global, os investidores preferem a relativa segurança que o dólar oferece, ficando menos expostos a grandes riscos globais.
A paridade significa basicamente que a cotação está um para um. Não é mais do que do um limite psicológico para os participantes do mercado, conhecidos pela preferência por números redondos.
“Os mercados financeiros sempre amaram encontrar algum tipo de significado simbólico”, observa Carsten Brzeski, economista-chefe para Alemanha e Áustria no ING.
Fonte: g1.globo.com
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