O uso do fogo no bioma está proibido desde 23 de junho, quando o governo federal publicou um decreto suspendendo a prática por 120 dias no território nacional. Por isso, de acordo com o Greenpeace, os números “alarmantes” de queimadas registradas na Amazônia mostram que “não existe uma política séria de combate ao desmatamento e queima da floresta”.
A ONG, que fez um sobrevoo de monitoramento de queimadas e desmatamento na região da Amacro (siglas de Amazonas, Acre e Rondônia) e flagrou o maior desmatamento da Amazônia no último ano: cerca de 8.000 hectares, equivalente a 11.000 campos de futebol queimando (veja a imagem acima) destaca que, do total de focos de calor do ano registrados até 31 de agosto – 46.022, houve um aumento de 16,7% em relação ao ano passado, maior número acumulado para o período desde 2019.
Desse total, 43% ocorreram apenas em dez municípios da Amazônia, sendo cinco deles localizados na região da Amacro, “considerada a nova fronteira de expansão da economia da destruição na Amazônia e que vem acelerando as taxas de desmatamento e queimadas”.
“Outro fator relevante é o avanço das queimadas em terras públicas. Do total de focos de calor, 13,8% ocorreram em Unidades de Conservação (UCs), e 5,9%, em Terras Indígenas (TI). Outro dado que preocupa é que mais de 10.600 queimadas, cerca de ¼ do total, ocorreram em florestas públicas não destinadas. Mais um indício do avanço da grilagem”, destaca o Greenpeace.
O g1 entrou em contato com o Ministério do Meio Ambiente para que a pasta comentasse os números. Veja a nota abaixo, na íntegra:
A Operação Guardiões do Bioma, coordenada pelo Ministério da Justiça, com apoio do Ministério do Meio Ambiente, mostra redução de 24% das áreas queimadas em sua primeira fase – entre julho de 2021 e janeiro de 2022.
Foram 3.853 ações preventivas, 1.607 multas aplicadas e 137 maquinários apreendidos, além de 1.580 animais resgatados nos 11 estados onde ocorreu a operação. A segunda fase da Operação foi lançada em junho e conta com investimento de R$ 60 milhões. A iniciativa tem inédita integração entre os ministérios, além de Ibama, ICMBio, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional, Censipam e Funai.