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Em 4 dias, queimadas no Pará superam setembro de 2021 e fumaça cobre trechos do estado

Situação geral do bioma não é mais animadora: desde o começo do ano até domingo (4), Amazônia teve 58 mil focos, total que representa 20% a mais do que o registrado no mesmo período do ano anterior.

As queimadas persistem no norte do Brasil marcando com fumaça esta segunda-feira (5), data em que é celebrado o Dia da Amazônia. Um dos estados mais afetados é o Pará (ver imagens acima e abaixo), onde em apenas quatro dias foram registradas 27% mais queimadas do que em todo o mês de setembro de 2021.

No ano passado, foram 3.828 focos de queimadas no mês no Pará. Até domingo, dia 4, os satélites registraram 4.889 pontos de fogo na floresta neste começo de setembro, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A Amazônia teve o pior agosto de queimadas nos últimos 12 anos. O pior dia de queima em 15 anos foi registrado no último dia 22.

Desde o começo do ano até domingo (4), o bioma teve 58 mil focos, total que representa 20% mais do que registrado no mesmo período do ano anterior.

Dados que ainda serão contabilizados na série histórica mostram a situação das queimadas na tarde desta segunda-feira (5): o satélite Aqua detectou 2.706 focos, sendo 913 (34%) no Amazonas, 725 (27%) no Mato Grosso, 638 (24%) em Rondônia, 227 (8%) no Acre, 197 (7%) no Pará e 6 (0,2%) no Maranhão.

É no Pará que um incêndio resistia há mais de 10 dias em Jacareacanga, no sudoeste do estado. O fogo começou em uma área particular e fugiu do controle, afetando o Refúgio de Vida Silvestre “Rios São Benedito” e “Azul”, chegou ao Onçafari e ao Instituto Raquel Machado, além de provocar a evacuação de pousadas e atingir áreas particulares.

A região atingida pelo fogo fica na divisa do Pará com o Mato Grosso, cerca de 100 km da cidade de Paranaita (MT) às margens do Rio São Benedito, na bacia hidrográfica dos rios Teles Pires e Tapajós, e tem como atrativo o ecoturismo, o turismo de pesca esportiva, além de possuir unidades de conservação, que atrai pesquisadores.

Situação geral no bioma

Nos primeiros quatro dias de setembro, a parte brasileira da maior floresta tropical do planeta teve 12.133 queimadas, mais de 70% do que foi registrado no mesmo mês do ano passado, segundo dados do Inpe disponíveis nesta segunda-feira, Dia da Amazônia.

Em setembro de 2021 foram registrados 16.742 focos de incêndio, número significativamente abaixo da média mensal de 32.110 incêndios, entre 1998 e 2021. Em agosto, o bioma teve o maior número de incêndios para o período em 12 anos.

A ONG Observatório do Clima disse nesta segunda-feira que “há pouco a se comemorar” no Dia da Amazônia. A Amazônia “encontra-se sob ataque intenso das forças criminosas que, estimuladas pelo governo federal, vêm promovendo a maior onda de destruição e degradação da floresta em quase duas décadas”.

O desmatamento e os incêndios florestais dispararam sob a gestão do presidente Jair Bolsonaro. Desde que Bolsonaro assumiu a presidência, em janeiro de 2019, o desmatamento médio anual na Amazônia brasileira aumentou 75% em comparação com a década anterior. Especialistas apontam uma relação direta entre os focos de incêndio e o aumento ilegal do desmatamento na Amazônia, já que o fogo costuma ser usado para renovar o solo.

“É hora de fazer uma escolha: ou o país fica com a floresta, ou com o atual presidente. Não dá para ter ambos”, salienta Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.

Fonte: g1.globo.com



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