O ex-presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dimitri Medvedev, afirmou nesta quinta-feira (22) que seu país está pronto para defender os territórios conquistados na Ucrânia com “armas nucleares estratégicas”.
Com a fala, Medvedev subiu o tom das ameaças nucleares feitas ontem pelo presidente russo, Vladimir Putin, durante pronunciamento à nação pela TV.
“A Rússia anunciou que não só as capacidades de mobilização, mas também qualquer arma russa, incluindo armas nucleares estratégicas e armas baseadas em novos princípios, podem ser usadas para essa proteção (das regiões ocupadas)”.
Ele reafirmou ainda a realização dos referendos sobre a separação das regiões ucranianas de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia, invadidas pela Rússia. “Não há volta atrás”, declarou.
“O establishment do Ocidente e todos os cidadãos dos países da Otan precisam entender que a Rússia escolheu seu próprio caminho”, declarou.
A ameaça de Medvedev – que costuma subir o tom das narrativas de Putin e do Kremlin – chega um dia após a escalada da Rússia na guerra da Ucrânia.
Na terça-feira (21), o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou a convocação de cerca de 300 mil reservistas – a primeira mobilização de reservistas da Rússia desde a Segunda Guerra Mundial -, ampliou o contrato de militares já no campo de batalha e disse que seu país está pronto para responder a “ameaças nucleares” que ele afirmou receber do Ocidente.
“Nosso país possui uma variedade de armas de destruição, algumas mais modernas até que as dos países da Otan. Isto não é um blefe”, declarou Putin durante o pronunciamento à nação.
No discurso, também sem precedentes desde o início da guerra da Ucrânia, em fevereiro, Putin disse já ter assinado o decreto que estabelece a convocação dos cerca de 300 mil reservistas, o que gerou revolta de parte da população e busca por passagens saindo de Moscou (leia mais abaixo).
O líder russo não deixou claro a partir de quando os reservistas começarão a ser convocados, e nem quanto tempo será necessário para convocar todos eles. O que ficou claro, segundo Putin, é que apenas os que já têm alguma experiência militar entraram na lista da mobilização.
Fonte: g1.globo.com
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