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Eleições 2022: maioria dos mesários é de solteiros, com ensino superior completo, de 35 a 39 anos e mulher

Serão cerca de 1,8 milhão de mesários, com quase a metade composta por voluntários atraídos por benefícios como folgas e vantagem em concursos públicos. Violência política gera apreensão em quem se voluntariou.

O perfil dos mesários que irão trabalhar nas eleições de 2022 é composto por uma maioria de solteiros, com ensino superior completoentre 35 e 39 anos e mulher. A informação consta do site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ao todo, quase 1,8 milhão de pessoas estarão nas seções eleitorais no dia 2 de outubro, data em que será realizado o primeiro turno. O segundo turno, se houver, ocorre no dia 30 de outubro para os cargos de presidente e governador.

Dentre outras funções, neste ano, os mesários ficarão responsáveis por fiscalizar o eleitor para que ele entregue o celular antes de ir para a cabine de votação. A pessoa só terá acesso à urna caso deixe o aparelho com o funcionário da Justiça Eleitoral. O mesmo vale será para quem tenha porte de arma de fogo – exceto para integrantes das forças de segurança.

Perfil dos mesários nas eleições 2022:

  • GÊNERO: Conforme o TSE, dos 1.793.990 mesários desta eleição, 1.222.563 (68%) são mulheres e 571.398, homens. Outros 29 não informaram o gênero à Justiça eleitoral.
  • RAÇA: Não consta no cadastro de mesário a informação sobre raça de quem se credenciou para trabalhar na eleição.
  • IDADE: A faixa etária com mais representantes é de 35 a 39 anos, com 306.341 pessoas.
  • ESCOLARIDADE: Quem tem ensino superior completo é maioria, com 647.316 (26% do total). Há ainda 49.212 pessoas (2,74%) com o ensino fundamental incompleto.
  • ESTADO CIVIL: A maior parte é de solteiros (62,7%), seguidos dos casados (31,47%) e divorciados (4,63%).

Mulheres lideram estatísticas há anos

Coordenador de gestão da acessibilidade, inovação e sustentabilidade do Tribunal Regional Estadual de São Paulo, Juan Ocampo diz que é histórica a presença predominante de mulheres como mesárias.

O profissional atua há quase 30 anos na coordenação e acompanhamento das eleições. Viu, por exemplo, a substituição do processo do voto impresso para o voto eletrônico, a partir de 1996.

“Neste ano, em São Paulo, temos divisão de 70% mulheres e 30% homens. Nesse contexto, falamos que são duas ou três mulheres para cada homem, já que são quatro pessoas em cada seção”, afirma o profissional. O TRE-SP convocou 400 mil cidadãos para serem mesários, além dos voluntários que se cadastraram de forma espontânea.

Segundo o TSE, a eleição de 2022 apresenta recorde de mesários voluntários: 830 mil pessoas se ofereceram por livre vontade para trabalhar no dia da votação – o prazo teve fim em maio.

O número é 93% maior em relação à última eleição presidencial, realizada em 2018, quando 430 mil mesários voluntários trabalharam no pleito que terminou com a eleição de Jair Bolsonaro, então do PSL.

Para se inscreverem, os voluntários precisaram comprovar estar em dia com a Justiça Eleitoral, não serem candidatos nem ter nenhum de seus parentes de até segundo grau concorrendo a algum dos cinco cargos em disputa (deputado estadual ou distrital, deputado federal, senador, governador e presidente).

Folgas estão entre atrativos

As pessoas que atuam como mesárias recebem contrapartidas pelo trabalho, como auxílio-alimentação de R$ 45 nos dias da eleição e duas folgas para cada dia trabalhado. O descanso vale tanto para funcionários públicos quanto para quem atua na iniciativa privada.

Juan Ocampo, do TRE-SP, diz que a maioria dos servidores públicos aderem ao voluntariado na eleição justamente pelos dias de folga.

“Além do dia da eleição, os treinamentos também dão direito a dois dias de descanso. E eles podem ser realizados virtualmente, pelo site ou aplicativo do TSE. Percebemos que servidores atuam mais por questões de usufruir melhor da folga”, afirma Ocampo.

O benefício se estende caso o juiz eleitoral convoque a pessoa para auxiliar na organização de algum evento, o que também dá direito a outros dois dias de folga.

Violência política gera apreensão

Na sua segunda vez como mesária, a farmacêutica Marília da Silveira estará entre as voluntárias nas eleições de outubro.

Funcionária da iniciativa privada e moradora da Zona Oeste da cidade de São Paulo, ela conta que se inscreveu a primeira vez – nas eleições municipais de 2020 – por dois motivos: pela experiência de ver como funciona uma eleição por dentro e, também, pela folga.

“São muito bem-vindos [os dias de folga], mas eu conversei com uma amiga que era mesária há muito tempo e ela me contou que gostava da experiência, sempre foi muito enriquecedor. Então, eu vou tentar também”, relembra.

Mulher e com ensino superior completo, Marília está no perfil majoritário de mesários da eleição 2022. A estreia como mesária aconteceu em pleno combate ao novo coronavírus, em outubro de 2020, o que gerou certa apreensão.

“Tinha a questão da pandemia, que dava receio, mas, fora isso, foi muito legal. Eu vi nas pessoas a vontade de votar, de exercer o seu direito, de vê-los felizes por estarem ali votando. Isso foi bem motivador”, diz.

À época, ela não teve problemas em seu trabalho para tirar os dias de folga, mesmo sendo uma empresa da iniciativa privada. Marília afirma que combinou as folgas com seu gerente e “foi bem simples”.

Marília diz que o clima político pesado, com casos de violência, também gera nela certa apreensão.

“Eu não sei se essa eleição vai ser com clima tão positivo quanto foi para mim da outra vez, as coisas estão muito acirradas agora. Mas espero que não tenha confusão”, torce.

Fonte: g1.globo.com



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