Segundo a perícia, o corpo foi reconhecido por meio de vestimentas por familiares. “Os parentes, que fizeram a procura, não são aptos para a coleta de DNA, que só pode ser realizada pelos pais biológicos ou irmãos consanguíneos”, informou.
Na terça-feira (4), o corpo esteve na Polícia Científica do Estado, em Belém, onde foi periciado.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup), o corpo da criança já estava em estado de decomposição e foi localizado na entrada do Rio Tauera de Beja e localizado por moradores da região na segunda-feira (3). Os bombeiros foram chamados e fizeram o resgate.
Sofia estava desaparecida desde o naufrágio, em 8 de setembro. Aflita, a família chegou a cobrar que a embarcação fosse retirada do fundo do rio o quanto antes por acreditarem que a menina pudesse estar dentro da embarcação.
Na segunda-feira (3) estava marcado um pregão para selecionar empresa para reflutuação do barco.
No entanto, “durante o prazo estabelecido na licitação, nenhuma empresa apresentou proposta. Portanto, conforme legislação, o processo licitatório deverá ser publicado novamente”, informou a Segup. Assim, não há data prevista para reflutuação.
“‘A Segup reitera que a perícia da embarcação será realizada somente após a reflutuação, tanto pela Polícia Científica do Pará, quanto pela Marinha do Brasil, para inclusão nos respectivos procedimentos de investigação”, informou em nota nesta terça-feira.
A Polícia Civil do Pará (PC-PA) concluiu na sexta-feira (30) o inquérito que investiga o naufrágio da lancha Dona Lourdes II.
O documento já foi remetido ao Poder Judiciário, e os autos enviados ao Ministério Público, para que seja oferecida denúncia contra o comandante da embarcação, Marcos de Souza Oliveira, de 34 anos, que foi indiciado pela polícia por homicídio com dolo eventual.
Dentro do inquérito policial, mais de 60 pessoas foram ouvidas e diversos depoimentos coletados, além de provas, que levaram a Polícia Civil a indiciar Marcos Oliveira.
O advogado criminalista Marco Pina, que atua na defesa da família de duas vítimas do naufrágio, afirma que o inquérito foi distribuído para a 2ª Vara do Tribunal do Júri de Belém, que tem como titular a juíza Sara Castelo Branco.
Ele explicou que “o próximo passo é o promotor oferecer a denúncia contra o Marcos Oliveira. E aí volta, a juíza determina a citação do acusado, para que no prazo de dez dias, através do advogado, seja apresentada uma resposta à acusação”.
Após o processo, deve ser marcada a audiência de instrução e julgamento, na qual serão ouvidas as testemunhas arroladas pelo Ministério Público, que poderão ser as vítimas sobreviventes.
“ Por fim, o réu será interrogado. Em seguida, MP e defesa irão apresentar memoriais finais e, por fim, a juíza irá decidir se pronuncia o réu para ser julgado pelo Tribunal do Júri ou não”, detalhou Marco Pina.
A família é de Salvaterra, no Marajó e a mãe de Sofia seguia em Belém para ficar mais perto do local de buscas.
Dois primos pequenos da menina perguntavam diariamente sobre a menina Sofia, pois os três sempre brincavam juntos.
“Meu filho sente muita a falta dela. Ele já perguntou se a Sofia não vem para o aniversário dele”, contou o tio da menina Neres Campelo do Amaral Filho.
Quatro pescadores da ilha de Cotijuba receberam Medalha de Mérito por resgatarem sobreviventes. O decreto com o reconhecimento foi publicado em Diário Oficial do Estado.
Segundo a Segup, 66 pessoas que estavam no barco foram resgatadas com vida. Das 23 mortes, 13 eram mulheres, seis homens e quatro crianças.