“As palavras da minha avó nunca saíram da minha cabeça e agora não saem mais da minha pele.”
O dia de mostrar o resultado gravado na pele contou com lágrimas, carinho e memórias afetuosas. Na ocasião, Douglas visitou dona Luzia, dias após o seu aniversário, e mostrou o resultado para ela.
“Olha que coisa linda”, diz Luzia no vídeo, visivelmente emocionada. “Fazia um ano que o Nilo [marido] tinha ido embora”, relembra ao olhar a data grafada.
“Eu vou morrer com ela, não vai sair mais”, explica Douglas. Então, Dona Luzia beija a marca de suas palavras na pele do neto e deseja ao final da cena gravada: “Que você seja feliz”.
“A reação dela superou minhas expectativas. Foi muito gratificante ver a reação dela com a homenagem que fiz”, diz Douglas.
“Sei que minha avó está no finalzinho da vida, que logo Deus vai querer ela do lado dele, e aí fiz o cartão dela no meu braço para que ela soubesse que eu lembro dela todo dia e vou lembrar ainda mais toda vez que olhar para o meu braço.”
Douglas recebeu a mensagem da avó no período em que vivia, ainda criança, o luto pela morte do pai e do avô. Ao g1, ele contou que as perdas foram “muito difíceis para toda a família”.
“Sou o mais novo de três irmãos. Perdi meu pai em 1993 quando ele tinha só 36 anos. Tive a infelicidade de ver meu pai morto na maca do hospital. E dois anos depois do meu pai morrer, meu avô descobriu um câncer na medula, a doença tomou muito rápido a saúde dele e ele faleceu em 1995”, conta.
“Em dois anos, perdi totalmente a referência de homem na família. Não foi nada fácil para a minha avó também, que perdeu, em pouco tempo, os dois homens da vida dela. Ela sofreu demais, mas foi muito guerreira”, continua o jundiaiense.
Neste contexto, Douglas destaca que o recado da avó foi escrito em uma época em que ela estava muito magoada pelas perdas, mas uniu forças para aconselhar o neto. “Foram palavras muito sinceras dirigidas a mim”, afirma.
Douglas se orgulha da trajetória da avó e conta que ela é do tipo “com caráter que ninguém duvida”. Ele relembra que ela foi muito trabalhadora e, por mais de 30 anos, foi enfermeira de berçário. Além disso, dona Luzia cuidou de cinco netos e três bisnetos.
“Independentemente se for na alegria ou na tristeza, minha avó é uma pessoa muito intensa, firme e sincera. Mulher italianona, sabe?”, explica Douglas.
“Até hoje, com 92 anos, ela vive em uma casinha sozinha, porém próxima de minha prima. Faz a própria comida, vai ao banco, anda com motorista de aplicativo. É muito independente, ativa e lúcida”, completa o neto.