Conheça Coronel Sapucaia (MS), Ribeirão do Sul (SP) e Alecrim (RS), que deram o mesmo número de votos aos candidatos do PT e do PL, e saiba como está o clima e a expectativa para o segundo turno nas três cidades.
Os moradores das cidades de Coronel Sapucaia (MS), Ribeirão do Sul (SP) e Alecrim (RS), onde Lula (PT) e Bolsonaro (PL) alcançaram o mesmo número de votos no primeiro turno, mantêm fortes discussões nas redes sociais, mas, “nas ruas”, o clima nesta campanha de segundo turno é mais tranquilo que no ambiente virtual.
O g1 conversou com professores, políticos e moradores das três cidades para mostrar os aspectos que levaram esses locais a terem votação tão polarizada em dois candidatos.
- Em Coronel Sapucaia, em Mato Grosso do Sul, cada um dos dois presidenciáveis teve 4.254 votos no primeiro turno. A cidade, na fronteira com o Paraguai, já é bem acostumada com divisões. Uma avenida separa o território brasileiro do paraguaio, com a cidade fronteiriça de Capitán Bado. Além disso, três moedas circulam na região: real, guarani (paraguaio) e dólar. Os idiomas falados são o português, o espanhol, o guarani (idioma indígena comum no Paraguai) e um tipo de portunhol que mistura tudo. Também não é a primeira vez que políticos têm a mesma quantidade de votos por lá. Em 2016, duas candidatas do MDB ao cargo de vereadora receberam 245 votos, e o desempate foi feito pela idade, com a vitória da mais velha.
- Em Ribeirão do Sul, no interior de São Paulo, onde cada candidato recebeu 1.452 votos no primeiro turno, não há na Câmara Municipal qualquer representante do PT de Lula nem do PL de Bolsonaro. Das nove cadeiras da Casa Legislativa, quatro são ocupadas por representantes do MDB. Os demais assentos são do Cidadania e do PTB, que têm dois cada, e do PSD.
- No município gaúcho de Alecrim, onde os presidenciáveis também empataram, com 2.095 votos cada, “fugir do Brasil” caso o candidato de sua preferência não seja eleito não parece ser uma solução. Isso porque a cidade do Noroeste do Rio Grande do Sul fica a apenas 10 km da fronteira com a Argentina. Com uma parte da população mais ligada à agricultura familiar e outra à produção agropecuária em larga escala, moradores apostam em mais votos em Lula entre os mais pobres e na liderança de Bolsonaro entre os mais ricos.