Onde estão os agressores?
Dos 400 homens ouvidos pelo Ipec, 6% admitiram já ter agredido as companheiras ou ex-companheiras de algum modo e, dentre eles, a maioria afirmou ter resolvido a situação na base do diálogo. Os 94% restantes negaram já ter praticado qualquer tipo de violência doméstica.
Contudo, uma em cada 10 mulheres relatou já ter sido submetida pelo parceiro (atual ou antigo) a relações sexuais não consentidas, mas todos os entrevistados negaram já ter cometido violência sexual alguma vez. Portanto, onde estão os agressores?
Segundo Jacira Melo, pesquisas já realizadas pelo Instituto reforçam que há uma tendência masculina à negação de práticas de violência doméstica, importunação, assédio e violência sexual.
“A conta não fecha. Hoje as mulheres sabem identificar quando estão sofrendo algum tipo de violência de gênero. Muitas mulheres relatam experiências de violência doméstica e violência sexual, mas são raros os homens que assumem essas práticas, possivelmente por naturalizarem como um direito.“