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27 migrantes morrem de sede tentando cruzar o deserto do Chade

Grupo percorria rota que cruza deserto do Saara e é utilizada por migrantes africanos que querem chegar à Europa. Entre os mortos estavam quatro crianças.

Os corpos de 27 migrantes que morreram de sede foram encontrados no deserto do Chade, informou a Organização Internacional para as Migrações (IOM) nesta terça-feira (13). Entre os mortos estavam quatro crianças.

Os migrantes saíram em uma caminhonete há quase um ano e meio de Moussoro, uma cidade no centro-oeste do território chadiano, e acredita-se que tenham se perdido no meio do deserto quando o caminhão quebrou e eles morreram de sede, disse a organização, que é afiliada à ONU.

“Estamos profundamente tristes com esta tragédia mais recente e estendemos nossas sinceras condolências às famílias dos migrantes”, disse Anne Kathrin Schaefer, chefe da missão da organização no Chade. “Precisamos de uma ação coletiva mais forte para evitar mais mortes.”

Segundo a IOM, desde 2014, mais de 5.600 pessoas morreram ou desapareceram tentando cruzar o deserto do Saara, com 149 destas fatalidades tendo sido registradas em 2022 — no Chade, 110 mortes foram registradas neste período. As autoridades acreditam, entretanto, que os números são ainda maiores, já que muitas fatalidades não são registradas.

Durante décadas, o Chade foi uma rota de trânsito para pessoas que tentavam chegar à Líbia e outros países do norte da África, de onde tentariam cruzar o Mar Mediterrâneo para chegar à Europa. Desde 2016, a pressão dos países da União Europeia para desencorajar a migração ilegal forçou as pessoas a seguir rotas perigosas, resultando em muitas mortes.

“Esses migrantes vêm do Sudão do Sul, República Democrática do Congo, República Centro-Africana, Nigéria, Camarões e outros países da região que estão dispostos a correr riscos com a esperança de chegar ao norte da África e, eventualmente, à Europa”, disse Rida Lyammouri, membro sênior do Policy Center for the New South, uma organização marroquina.

“Às vezes, eles precisam seguir rotas mais arriscadas para evitar as forças de segurança e os traficantes de pessoas e, às vezes, esse risco pode custar suas vidas”, explicou.

Fonte: g1.globo.com



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