Desde que pessoas vandalizaram os três poderes da República em Brasília no domingo (8), 1.166 pessoas (673 homens e 493 mulheres) foram presas e transferidas para presídios do Distrito Federal, a maioria para o Complexo da Papuda. As unidades prisionais para onde eles estão sendo levados, no entanto, estão superlotadas, assim como a maioria das prisões brasileiras.
No DF, há 8.650 vagas no sistema prisional para pouco mais de 15 mil detentos — quase o dobro, segundo o Sistema de Informações do Departamento Penitenciário Nacional (SISDEPEN), de junho de 2022.
Ao todo, cerca de 1,5 mil bolsonaristas foram detidos e ouvidos pela Polícia Federal, mas 599 foram liberados por questões humanitárias (como idosos, mães com filhos, pessoas em situação de rua, etc), enquanto ao menos 1.138 foram presos e transferidos para presídios, segundo dados das 20h desta quarta-feira.
Eles estão cumprindo prisões temporárias (que duram dez dias), mas podem ser convertidas em preventivas, sem prazo para terminar.
Os homens foram encaminhados para o CDP (Centro de Detenção Provisória) I e II, no Complexo Penitenciário da Papuda, de segurança máxima, conhecido por abrigar alguns dos criminosos mais perigosos e famosos do país e políticos condenados no mensalão do PT e no Petrolão.
Além dos CDPs, destinados a presos de regime provisório, o complexo abriga o Centro de Internamento e Reeducação (CIR), que aloca presos em regime semiaberto, e as Penitenciárias I e II do Distrito Federal, destinadas a presos em regime fechado.
Todos ficam às margens da rodovia que liga a capital federal, Brasília, ao município mineiro de Unaí.
Mas, assim como a maioria das unidades prisionais do país, a Papuda enfrenta superlotação.
O complexo tem capacidade para cerca de 5,8 mil detentos, mas abriga uma população carcerária de cerca de 13,2 mil pessoas — mais que o dobro de lotação.
Os dados sobre a Papuda são de um relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do DF.
Especificamente os centros de detenção provisória, onde os bolsonaristas vão cumprir a prisão temporária, têm capacidade para 1.905 presos, mas estão lá 3.518 detentos –uma superlotação de 185%.
Já as mulheres estão sendo encaminhadas para a Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF), conhecida como Colmeia. É uma unidade de segurança média que recebe detentas tanto do regime fechado e semiaberto, quanto as provisórias.
No caso delas, não há superlotação. No presídio feminino, há 1.028 vagas para 655 presas –ou seja, sobram 373 lugares para novas detentas.
No Brasil, o déficit de vagas é de cerca de 180 mil vagas e São Paulo lidera o ranking, de acordo com o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública de 2022, com dados do ano anterior.
Fonte: g1.globo.com
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