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Europa está se armando em peso: relatório revela mudanças no mercado bélico após início da guerra na Ucrânia

Invasão da Ucrânia beneficiou os Estados Unidos e gerou grande aumento na exportação armamentista para a Europa. Em outras partes do mundo, no entanto, a transferência de armas está em queda.

Enquanto a redução da importação de armas se efetua lentamente em diversas partes do mundo, a Europa faz o caminho contrário, segundo o relatório do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês) divulgado nesta segunda-feira (13/03). O instituto sueco analisa e compara o comércio armamentista global em períodos de quatro anos.

Entre as duas tendências mais importantes do relatório, o pesquisador Pieter Wezeman explica à DW que “as transferências de armas para Estados europeus cresceram significativamente” e que “o papel dos EUA como fornecedor global de armas aumentou de forma igualmente significativa”.

No quadriênio analisado, de 2018 a 2022, o comércio internacional de armas diminuiu pouco mais de 5% em comparação ao período anterior, de 2013 a 2017. Por outro lado, a importação pelos países europeus — a maioria delas vinda dos Estados Unidos — aumentou 47%, e a dos membros europeus da Otan, 65%. A razão para este aumento é, sem dúvida, a invasão russa à Ucrânia.

Na África Subsaariana, a Rússia ultrapassou a China no fornecimento armamentista. Um exemplo desse crescimento é o Mali, que costumava comprar armas de uma série de países, incluindo a França e os EUA. Contudo, após os golpes de Estado no país africano, em 2020 e 2021, Paris e Washington começaram a reduzir significativamente os negócios, enquanto Moscou expandiu suas vendas.

Outro exemplo das consequências das perturbações políticas para a cooperação armamentista é a Turquia, sétima maior compradora de equipamento de defesa americano entre 2013 e 2017. De acordo com o último relatório, porém, com o aumento da tensão entre Ancara e Washington, o país membro da Otan caiu para o 27º lugar.

Encomendas futuras servem como previsão

Quem vai liderar o comércio internacional de armas no futuro? Para descobrir isso, o Sipri analisou as encomendas dos fabricantes dos países exportadores de armas mais importantes, dando-se atenção particular às encomendas de aeronaves de combate e helicópteros, bem como navios de guerra maiores, como porta-aviões, contratorpedeiros, fragatas e submarinos, são sistemas de valor especialmente elevado.

Os EUA continuarão a ser, de longe, quem mais fornece armas no mundo. Isso é evidente pelo fato de o país fabricar cerca de 60% dos aviões e helicópteros de combate encomendados em todo o mundo.

Só em 2022, 13 países encomendaram um total de 376 aviões e helicópteros de combate a fabricantes com sede nos Estados Unidos.

A França tem muitas encomendas, tanto de aviões como de navios, sendo provável que suba de posição na exportação de armamentos. As perspectivas para a Alemanha são mistas: não há muitos pedidos de aviões alemães, mas tem surgido um grande número de encomendas de embarcações navais.

E a Rússia, segunda fabricante mais importante do mundo, tem relativamente poucas encomendas. Muitas armas que poderiam ser exportadas devem ser, no momento, necessárias em sua guerra contra a Ucrânia.

Fonte: g1.globo.com



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