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‘Deixei de pagar algumas contas para comprar as panelas da Tupperware’, diz fã que tem 500 produtos

Um produto que faz parte de muitos lares para auxiliar na organização da cozinha são os potes de plástico da marca Tupperware. Além desse, outros itens também são desejados por muitas pessoas, como as jarras, garrafas, bandejas, e até panelas.
Um produto que faz parte de muitos lares para auxiliar na organização da cozinha são os potes de plástico da marca Tupperware. Além desse, outros itens também são desejados por muitas pessoas, como as jarras, garrafas, bandejas, e até panelas.

A dona de casa, Lilian Leomara Carvalho, 32 anos, disse que o amor pelas unidades da marca começou em 2011. A durabilidades das mercadorias é o que mais encantou a curitibana.

“Já fiz várias loucuras pra poder comprar algum produto, deixei de pagar algumas contas pra comprar as tão sonhadas panelas da Tupperware”, contou.

A fabricante dos famosos potes de plástico e outros recipientes, Tupperware Brands, informou que existem “dúvidas substanciais” sobre a capacidade de a companhia continuar operando. Isso significa que a empresa enfrenta dificuldades financeiras que, caso não sejam resolvidas, podem levar a empresa à falência.

Lilian lamenta a notícia, pois o amor pelos objetos se tornou uma fonte de renda quando passou a trabalhar como consultora de vendas.

Além disso, ela trabalha com grupos que pagam uma mensalidade de R$ 50 e, a cada mês, uma pessoa é sorteada para retirar as mercadorias no valor de R$ 500.

“Penso no desespero de muitas famílias que só vivem da renda da Tupperware, de várias famílias que sobrevivem dessa renda”, disse.

Lilian disse que possui mais de 500 artigos de Tupperware. Os gastos, segundo ela, prefere não contabilizar para não se assustar.

“Já me falaram que eu poderia ter comprado um carro com o valor das coisas que tenho e já gastei. Mas não me arrependo, pois tenho coisas de 10 anos guardadas e continuam do jeito que comprei”, disse.

Amantes do Tupperware

Segundo a dona de casa, mais do que renda, a venda dos produtos proporcionou que ela conhecesse outras pessoas apaixonadas pelos produtos.

O grupo amigas e clientes de Lilian faz reuniões e encontros para trocar dicas e presentes entre elas.

“A Tupperware me trouxe muita coisa boa, várias amizades que tenho até hoje”, contou.

Uma das clientes de Lilian é a moradora de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, Sariane Ramos Krupczak, de 30 anos, que lembra que a paixão pela compra dos itens passou de geração para geração.

“Eu comecei vendo a minha mãe comprar os potes da Tupperware e eu sempre via que aqueles produtos duravam muito tempo, passavam anos e eles estavam da mesma cor, do mesmo jeitinho”, descreveu.

Não só a qualidade dos produtos, as cores e os desenhos também chamam a atenção da Analista de Atendimento. Ela disse que também adora presentear a mãe com os artigos.

“Um dia eu cheguei na casa da Lilian e ela tinha cinco caixas enormes de Tupperware. Eu falei: ‘também quero fazer uma coleção’. Eu tenho uma pequena coleção, em torno de 30”, falou.

Ciúmes

Os amantes de Tupperware podem até esquecer algo que te emprestou, mas nunca o pote que você levou com comida e não devolveu.

Lilian empresta os potes somente para pessoas de confiança.

“Emprestar é só pra aquelas que lavam do lado amarelo da bucha e que devolva logo, senão a gente manda a comida nos potes de margarina e de sorvete mesmo”, riu.

Para Sariane, emprestar Tupperware é um assunto delicado, pois sente que o pote nunca mais será devolvido.

Bingo do Tupperware

Vale tudo quando o assunto é Tupperware. Para se divertir e sair com os prêmios preferidos, o Sariene e Lilian também participam de bingos.

É claro que o prêmio é qualquer recipiente da companhia.

Uma consultora promove a brincadeira, e as clientes participam.

“A consultora fala o dia e o local, a informação se espalha e no dia tem 30, 40 pessoas lá. Não necessariamente pessoas que compram com aquela consultora”, disse.

A história da companhia

A história da companhia começa há mais de 50 anos, quando o químico e empresário Earl Tupper decidiu criar moldes com vedação hermética para recipientes de armazenamento de plástico.

Mas a história da companhia só mudou realmente quando o empresário conheceu Brownie Wise, uma ex-representante de vendas que criou um sistema de marketing chamado “planos de festas”, onde mulheres convidavam amigas e vizinhas e faziam uma combinação de evento social e apresentação de vendas.

Com isso, nasceram as demonstrações conhecidas como “Reuniões Tupperware®”, onde as consultoras da companhia mostravam e ensinavam suas clientes a utilizar os produtos. No Brasil, a empresa chegou em 1976.

Atualmente, os recipientes vendidos por aqui são produzidos em uma fábrica no Rio de Janeiro.

Entenda a crise da Tupperware

Na última sexta-feira (7), a empresa Tupperware comunicou que enfrenta problemas de crédito e informou que recebeu uma notificação da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE, na sigla em inglês), indicando que pode ter o registro cancelado.

Em novembro de 2021, a companhia fechou três contratos de crédito que foram firmados com credores:

  • uma linha de crédito rotativo com garantias, de US$ 220 milhões;
  • um empréstimo a prazo, de US$ 400 milhões;
  • outro empréstimo a prazo de US$ 200 milhões.

Todos os financiamentos tinham vencimento em julho de 2025. Porém, os contratos foram revistos no início deste ano, de maneira que parte do crédito rotativo foi convertida em um empréstimo a prazo de US$ 200 milhões. Assim, os recursos disponíveis para tomada nessa linha rotativa foram reduzidos.

Com o caixa apertado e perspectiva ruim com o cenário econômico desafiador, a empresa sinalizou que pode descumprir as cláusulas, o que a tornará inadimplente. A inadimplência confere ao credor a possibilidade de exigir o reembolso dos empréstimos pendentes e restringir futuras concessões de recursos.

Plano de reestruturação

Diante desse cenário, a empresa formulou um plano de reestruturação de negócios, indicando que contratou consultores financeiros e que participa de discussões com potenciais investidores para encontrar um financiamento e seguir com as atividades.

A companhia ainda informou que está “revisando seu portfólio de imóveis” e avalia possíveis vendas, alienações ou arrendamentos (quando a empresa cede o direito de uso do imóvel por um determinado período), como forma de tentar monetizar seus ativos.

Caso a companhia não consiga negociar com credores ou caso não obtenha os recursos suficientes para manter suas operações, a empresa afirma que precisará “modificar suas operações e reduzir os gastos a um nível sustentável”.

Fonte: g1.globo.com



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