Na última quinta-feira (20), foram divulgados dados do Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontando que, em 2022, os estelionatos alcançaram o recorde de 1.819.409 ocorrências, o que equivale a uma média de 207,7 casos registrados por hora no país e alta de 37,9 %. No Pará, em 2021, foram registrados 2.344 casos de estelionato por meio eletrônico, já em 2022, houve 12.988 registros, um aumento de 451,1%.
Só os estelionatos em meio eletrônico, cujos dados disponíveis excluem cinco das mais populosas Unidades da Federação do país (BA, CE, RJ, RS e SP) e o Rio Grande do Norte, que não informaram a quantidade desagregada de registros, chegaram a um total de 200.322 ocorrências em 2022, um aumento de 65,2% em relação às ocorrências de 2021, ano no qual tal crime foi tipificado.
Os estudos demonstram ainda que, de modo geral, o aumento do uso da internet e das redes sociais na pandemia, gerou um enorme campo de oportunidade para criminosos virtuais. O anuário aponta também que esse não é um fenômeno restrito a segurança ou letramento digital, mas que os criminosos têm explorado fatores situacionais ao identificar vítimas mais vulneráveis, diversificado os métodos de ataque e empregado técnicas de engenharia social.
Dessa forma, tornou-se comum receber promessas de dinheiro rápido e fácil por mensagens via SMS ou aplicativo de mensagens instantâneas, e até mesmo pedidos de transferência via pix, de alguém se passando por algum familiar.
Este último, é conhecido como “Golpe de Engenharia Social com o Whatsapp”, quando o criminoso escolhe uma vítima, pega suas fotos em redes sociais e, de alguma forma, descobre os números de contato da pessoa. Com um novo número de celular, o criminoso manda mensagem para amigos e familiares da vítima alegando que trocou de número e, a partir daí, pede uma transferência via Pix, alegando urgência.
CASOS
E não são poucas as pessoas que conhecem alguém que já passou por uma situação parecida.O repositor Jonisley Cardosos, de 40 anos, diz que uma conhecida recebeu mensagem do suposto irmão pedindo dinheiro. Mas desconfiou da urgência e decidiu ligar para confirmar o pedido. “Ela ligou e desmascarou o golpe, ele confirmou a suspeita, disse que não era ele e que outros amigos e familiares também haviam recebido a mesma mensagem. O bom é que ela não ficou no prejuízo, porque desconfiou”, conta.
Jonisley afirma que em muitos grupos no Whatsapp em que ele faz parte, surgem promoções onde a vítima precisa fazer uma quantia mínima de Pix para receber de volta um valor que chega a ser 10 vezes maior. “Eu não abro e não clico em nenhum link, porque só de acessar meus dados já podem cair direto para eles lá. Sou desconfiado e já sei que é mentira, então não caio nisso”.
Quem já está vacinado contra outro tipo de golpe, o do falso recibo do Pix, é o camelô Antony Souza, 21. Ele explica que, como a maioria dos clientes agora preferem pagar via Pix, para não sair no prejuízo adotou as máquinas de cartão de crédito e débito. “Porque nessas maquininhas, a gente coloca o QR Code, o cliente faz a operação e cai na hora. Não corre o risco de ser um Pix agendando, por exemplo, ou até mesmo falsos recibos, onde o dinheiro nunca foi transferido”, ressalta.
E parece que tantos casos de golpes virtuais têm deixado os paraenses mais desconfiados mesmo. O motorista de aplicativo Alean Dias, 21, revela que desconfia de toda e qualquer facilidade. “Mensagens de pessoas dizendo que são funcionários de tal banco, oferecendo vantagens em jogos de plataformas online, tudo isso eu desconfio logo. E sobre os golpes do Pix, sempre confirmo a transferência na hora, sou cabreiro”, pontua.
O golpe começa quando o cliente recebe uma ligação do golpista que se passa por funcionário do banco, dizendo que o cartão foi fraudado. O falso funcionário solicita a senha e pede que o cartão seja cortado, mas que o chip não seja danificado. Em seguida, diz que o cartão será retirado na casa do cliente. O outro golpista aparece onde a vítima está e retira o cartão. Mesmo com o cartão cortado, o chip está intacto e os fraudadores podem utilizá-lo para fazer transações e roubar o dinheiro da vítima.
Como evitar
Fique atento! Os bancos nunca pedem o cartão de volta nem mandam portadores até a sua casa para buscá-lo. Se receber esse tipo de ligação ou visita, não entregue nada para ninguém e ligue imediatamente para o seu banco, de preferência de um celular, para saber se existe algum problema com a sua conta.
GOLPE NO WHATSAPP
Os golpistas descobrem o número do celular e o nome da vítima de quem pretendem clonar a conta de WhatsApp. Com essas informações em mãos, os criminosos tentam cadastrar o WhatsApp da vítima nos aparelhos deles. Para concluir a operação, é preciso inserir o código de segurança que o aplicativo envia por SMS sempre que é instalado em um novo dispositivo. Os fraudadores enviam uma mensagem pelo WhatsApp fingindo ser do Serviço de Atendimento ao Cliente do site de vendas ou da empresa em que a vítima tem cadastro.
Eles solicitam o código de segurança, que já foi enviado por SMS pelo aplicativo, afirmando se tratar de uma atualização, manutenção ou confirmação de cadastro. Com o código, os bandidos conseguem replicar a conta de WhatsApp em outro celular, tem acesso a todo o histórico de conversas e contatos. A partir daí, os criminosos enviam mensagens para os contatos, passando-se pela pessoa, pedindo dinheiro emprestado. Desconfie de pessoas pedindo dinheiro ou seus dados por aplicativos de mensagem. Geralmente os golpistas apelam para alguma urgência falsa e pedem depósitos e transferências via Pix para contas de terceiros ou então para pagar alguma conta.
Como evitar
Primeiro, proteja o seu WhatsApp de invasões e clonagens. Nas configurações do aplicativo, clique em CONTA, depois em CONFIRMAÇÃO EM DUAS ETAPAS e ative essa funcionalidade de segurança com uma senha. Você diminui a chance de golpistas roubarem seu número. E nas configurações de privacidade, deixe a sua foto de perfil pública apenas para os seus contatos, assim ninguém a utiliza para golpes. Nunca compartilhe o código de segurança. E caso receba mensagens de parentes ou conhecidos pedindo dinheiro emprestado, confirme a identidade de quem está do outro lado.
GOLPE NA TROCA DE CARTÃO
Golpistas que trabalham como vendedores prestam atenção quando você digita sua senha na máquina de compra e depois trocam o cartão na hora de devolvê-lo. Com seu cartão e senha, fazem compras usando o seu dinheiro. O mesmo pode acontecer com desconhecidos oferecendo ajuda no caixa eletrônico. Eles se aproveitam de alguma dificuldade sua no terminal eletrônico para pegar rapidamente o seu cartão e depois devolver um que não é seu, ao mesmo tempo que espiam sua senha.
Como evitar
Fique sempre atento na hora das compras. Confira se é mesmo o seu nome impresso no cartão devolvido e, se possível, passe você mesmo o cartão na maquininha em vez de entregá-lo para outra pessoa. Nos caixas eletrônicos, procure funcionários do banco devidamente uniformizados, não aceite ajuda de desconhecidos.
GOLPE DO LINK FALSO
O phishing, ou pescaria digital, é uma fraude eletrônica cometida pelos fraudadores (engenheiros sociais) que visa obter as senhas e dados pessoais do usuário. A forma mais comum de um ataque de phishing são as mensagens em e-mails, SMS, aplicativos de mensagens como WhatsApp, redes sociais que induzem o usuário a clicar em links maliciosos.
Também existem páginas falsas na internet que induzem a pessoa a revelar as senhas e dados pessoais. Os casos mais comuns de phishing são e-mails recebidos de supostos bancos com mensagens que afirmam que a conta do cliente está irregular, ou o cartão ultrapassou o limite, atualização de token ou ainda que existe um novo software de segurança do banco que precisa ser instalado imediatamente pelo usuário.
Como evitar
Ao acessar um site, sempre verifique na barra do navegador se o endereço da página de internet está correto. Para garantir, não clique em links: digite o endereço oficial da página que deseja acessar direto no navegador. Além disso, nunca clique em links ou anexos de e-mails de remetentes desconhecidos. Utilize sistema operacional e antivírus originais e os mantenha sempre atualizados. Sempre prefira comprar em sites conhecidos, e nunca use computadores públicos para comprar algo no comércio virtual. Ao receber ligações ou mensagens Não repasse a outra pessoa nenhum código fornecido por SMS, imagem de um QR Code ou código gerado pela sua leitura dele para permitir autenticar alguma operação. Em caso de dúvida não clique.
GOLPE DO FALSO BOLETO
O emissor do boleto falso pode ter várias informações sobre os dados pessoais da vítima e a situação pode ser muito convincente. O boleto pode chegar como uma falsa correspondência bancária ou de uma loja, ou, ainda, no formato eletrônico, em forma de mensagens de SMS, WhatsApp ou e-mail que direcionam para páginas falsas para download de uma fatura forjada. Os boletos falsos são muito parecidos com os originais que costumam receber. O cliente pagando por um boleto adulterado, o valor é direcionado para a conta do fraudador ao invés do verdadeiro credor. Como resultado o credor continua a efetuar as cobranças ou não envia o produto
Como evitar
Para reduzir as chances de cair nesse golpe, é essencial ficar atento aos dados do beneficiário do boleto. Independentemente de como você vai pagar, essas informações são exibidas antes que você complete a transação. Verifique sempre CPF ou CNPJ do emissor, data de vencimento e principalmente o valor para ter certeza que está pagando o documento correto. Veja também se os três primeiros números do código de barras de fato correspondem ao código do banco.
Fonte: dol.com.br
Divulgar sua notícia, cadastre aqui!