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Fator pai foi decisivo para Mauro Cid decidir confessar envolvimento no caso das joias

O fator pai foi decisivo para que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tomasse a decisão de confessar os crimes na venda e compra de joias recebidas como presentes oficiais.

Depois da divulgação das informações envolvendo o general Lourena Cid, o pai de Mauro Cid passou a desabafar com amigos que não pensava em terminar sua vida preso, e entrou em depressão.

Com isso, Mauro Cid, o filho, decidiu trocar de advogado e acertar com Cezar Bittencourt um acordo para tentar livrar o pai de uma condenação.

O general Lourena Cid, desde a prisão do filho, fazia quase que uma vigília no Exército, conversando com a cúpula da Força, pedindo ajuda para o tenente-coronel. Em alguns momentos, chegava a chorar.

Quando foram divulgadas as informações de que o próprio pai está envolvido na negociação das joias, amigos do general se sentiram traídos por ele.

Diante da exposição do pai, Mauro Cid decidiu mudar de estratégia. Ele vai dizer que o pai é “inocente” no caso, que foi envolvido nas negociações por ele e que acabou “emprestando” sua conta a seu pedido, para fazer transações bancárias da venda das joias.

Segundo amigos do ex-ajudante de ordens, ele está focado em livrar o pai de qualquer condenação.

Enquanto isso, o PL já trabalha com um cenário de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Depois do depoimento do hacker Walter Delgatti à CPI dos Atos Golpistas, e a informação de que Mauro Cid decidiu confessar e atribuir a responsabilidade pela venda e compra das joias a Bolsonaro, a cúpula do PL avaliou que a situação do ex-presidente piorou e muito.

E, para completar, Alexandre de Moraes autorizou a quebra de sigilos bancário e fiscal do ex-presidente e de sua mulher, Michelle.

Clima de apreensão

O clima de apreensão entre bolsonaristas reinava desde o início da quinta-feira (17) e só foi piorando ao longo do dia, quando surgiu a informação da confissão de Mauro Cid, fechando a noite com a decisão do ministro Alexandre de Moraes de autorizar a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Bolsonaro e sua mulher.

Os bolsonaristas estavam desorientados no depoimento do hacker Walter Delgatti e acabaram dando mais munição contra o ex-presidente.

Ao tentar desacreditar o hacker pela sua ficha criminal, a avaliação da PF é que aliados do ex-presidente acabaram complicando ainda mais a vida de Bolsonaro.

Afinal, como o ex-presidente chama um hacker criminoso para tentar “ajudar” o TSE a aperfeiçoar o sistema eleitoral, como disse o senador Flávio Bolsonaro. Um investigador lembrou que sempre é um “criminoso que entrega outro criminoso”. E o hacker tem como especialidade não melhorar sistemas, mas invadi-los.

Fonte: g1.globo.com



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