Além do presidente, Roberto Campos Neto, BC tem oito diretores; se Pichetti e Teixeira forem aprovados, Lula terá indicado quatro deles. Grupo decide, entre outros temas, patamar dos juros.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta segunda-feira (30) as indicações dos economistas Paulo Picchetti e Rodrigo Teixeira para diretorias do Banco Central.
Os nomes devem ser indicados formalmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda nesta segunda.
Paulo Pichetti está sendo indicado para a diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos;
Rodrigo Teixeira foi indicado para a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta.
Para poderem assumir, os indicados ainda têm de passar por sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal. Em votação, os senadores precisam aprovar as indicações na CAE e em plenário.
A diretoria colegiada do Banco Central é composta por um presidente (Roberto Campos Neto) e oito diretores.
Desde 2021, com a lei que deu autonomia administrativa ao Banco Central, os diretores e o presidente da autarquia têm mandato com prazo definido em lei – ou seja, só podem ser trocados ao fim do prazo.
Com as indicações do presidente Lula nesta semana, o BC passará a ter quatro nomes do atual governo.
O que fazem os diretores?
A principal atribuição dos diretores do Banco Central é zelar pelo controle da inflação. No Brasil, vigora o sistema de metas, nas quais o BC tem de mirar. A taxa básica de juros da economia, a Selic é o principal instrumento utilizado pela instituição.
Quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic. Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o Banco Central pode reduzir o juro básico da economia. Após duas quedas seguidas, a taxa Selic está atualmente em 12,75% ao ano.
Os diretores do BC participam da definição dos juros básicos da economia durante as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece a cada 45 dias.
O próximo encontro está marcado para esta terça e quarta-feiras (31 de outubro e 1 de novembro). A previsão do mercado é de um novo corte na taxa, para 12,25% ao ano nesta semana.
Críticas de Lula
No decorrer deste ano, o presidente Lula fez reiteradas críticas ao patamar da taxa básica de juros da economia, que só começaram a se atenuar após o BC ter dado início ao atual ciclo de corte da Selic, em agosto. A avaliação de Lula é de que juros altos freiam o crescimento da economia e a geração de emprego e renda.
O atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, foi indicado para o cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e confirmado pelo Senado. Com a aprovação da autonomia do Banco Central, ele tem mandato até o fim de 2024.
No fim de setembro, o presidente Lula recebeu Campos Neto para uma conversa. Foi a primeira reunião entre os dois desde que Lula tomou posse, em janeiro. A pauta do encontro não foi divulgada. Segundo o ministro Haddad, a reunião buscou “construir uma relação” entre os dois.
Fonte: g1.globo.com
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