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Ginecologista desabafa sobre falsa médica que usava seu CRM para fazer procedimentos estéticos: ‘Angustiada’

Renata Costa contou sobre o medo em relação à associação do nome e registro dela aos procedimentos feitos pela falsa médica.

A ginecologista Renata Costa, que teve a Credencial Médica (CRM) usada indevidamente por uma falsa médica xará, contou em entrevista sobre o medo em relação à associação do nome e registro dela aos procedimentos feitos por Renata Costa Ribeiro, que foi presa pela polícia.

“Eu tenho receio de aparecer algum problema de alguma coisa que ela tenha feito, que possa me prejudicar. Porque eu não sei há quanto tempo ela está fazendo isso e há quanto tempo ela usa o meu CRM”, desabafou Renata.

A reportagem não localizou a defesa da suspeita Renata Costa Ribeiro, apontada pela polícia como falsa médica.

Descoberta

Renata contou que descobriu que a falsa médica estava usando seu CRM após uma conhecida distante realizar um procedimento estético com ela. A mulher notou que havia algo errado quando pediu um atestado médico e percebeu que o número da credencial era semelhante ao da ginecologista.

Ao sair do consultório, a mulher buscou pelo número do CRM e confirmou que Renata Ribeiro estava usando a credencial de Renata Costa, a ginecologista. Imediatamente, ele comunicou a médica, que procurou a Polícia Civil (PC). No mesmo dia a mulher foi presa.

“Ai eu fui lá, conversei, contei que tinha acontecido naquele dia o atendimento dessa minha conhecida, e aí eles falaram: ‘A gente vai lá fazer um flagrante agora.’ E eles foram lá, ela estava atendendo uma paciente e foi presa em flagrante”, disse.

Angústia

Renata ainda conta que após a prisão e apreensões feitas com a falsa médica, teria ficado ainda mais “angustiada”.

“Depois que ela foi presa, foram descobertas tantas coisas, que me deixaram angustiada com o que ainda pode aparecer. Eles descobriram outras coisas… os frascos de medicamentos com o nome de outros profissionais (de uma outra biomédica, de um médico), a questão dos anabolizantes e esse crachá da maternidade Dona Íris”, desabafou Renata.

Ainda durante a entrevista, a ginecologista contou que nunca atuou ou atua na área de estética e, como profissional graduada há 7 anos em medicina, mas sem especialização na área, não teria coragem de realizar os procedimentos que a sua “xará” fazia, sem formação acadêmica.

“Eu como médica, que não tem especialização na área de estética, de cirurgia plástica, eu tenho receio de fazer qualquer procedimento desse. Então, me espanta ela fazer uma coisa tão específica, sendo que ela não tem nenhuma formação, com risco de complicações, com risco de morte. Essa é uma das coisas que mais me chocam”, disse.

Para concluir, Renata contou que tem “muito receio do que está por vir”, devido às descobertas recentes da polícia. Entretanto, espera que os investigadores concluam em breve as apurações para que ela “fique mais tranquila.”

Relembre o caso:

Renata Costa Ribeiro foi presa em flagrante, na última segunda-feira (30), em uma clínica no setor Bela Vista, região nobre da capital, enquanto fazia procedimentos estéticos em um cliente. Ela foi liberada na terça-feira (31), com uso de tornozeleira eletrônica, após pagamento de fiança.

O delegado responsável pelo caso informou que Renata é suspeita de exercer a medicina de forma ilegal desde 2020. Neste período, ela teria realizado aplicação de botox, rinomodelação, modelação corporal, lipoaspiração e até tratamento de flacidez pós-parto.

Utilizando o carimbo com CRM da profissional verdadeira, Renata Costa, a falsa médica, receitava medicamentos e atestados médicos. Em mandado de busca e apreensão, os policiais encontraram um jaleco médico com o nome Renata Ribeiro, um bloco de receituário, fichas de anamneses (documento com informações de pacientes) ideologicamente falsas com o carimbo da ginecologista, além da assinatura dos pacientes e produtos médicos para fins estéticos.

Ainda conforme a polícia, Renata não tem formação na área da saúde. Durante uma conversa informal com o investigador, a mulher chegou a admitir que cursou medicina no Paraguai, mas não chegou a concluir o curso e que, atualmente, está cursando biomedicina. Porém, não apresentou nenhuma comprovação.

Renata será investigada por falsificação de documento público e exercício ilegal da medicina.

Até a tarde desta sexta-feira (3), a Polícia Civil recebeu duas denúncias de pacientes que tiveram complicações com procedimentos. Uma delas teria, inclusive, sido encaminhada para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após a realização de uma lipoaspiração. Por isso, a divulgação do nome e rosto da suspeita foi autorizada para ajudar que possíveis outras vítimas a reconheçam e denunciem.

 

Fonte: www.g1.globo.com



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