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Felipe Favela: quem era o jogador de futebol morto com 10 tiros em Ribeirão Preto, SP

Felipe Diogo Bernardes Ferreira tinha 21 anos e morreu ap￳s se envolver em uma confusão com a família da ex-namorada. Tio dela suspeito do crime e está foragido.

Mãe do jogador de futebol Felipe Diogo Bernardes Ferreira, conhecido como Felipe Favela, Vânia Aparecida Bernardes lamenta a morte do filho. O jovem, de 21 anos, foi morto com pelo menos dez tiros, na terça-feira (31), em Ribeirão Preto (SP).

“Meu filho era excelente. Um filho maravilhoso, muito atencioso e carinhoso”, diz Vânia.

Principal suspeito do crime, Cléber Mello dos Anjos, que é tio da ex-namorada do jogador, teve a prisão temporária decretada pela Justiça na quarta-feira (1). Ele é considerado foragido. A defesa dele não foi localizada para comentar o assunto.

Trajetória no futebol

Felipe Favela era atacante do São Bernardo Futebol Clube, no ABC Paulista. Ele começou a se interessar pela bola aos 8 anos, quando passou frequentar o Núcleo do Marincek, bairro na zona Norte de Ribeirão Preto.

O primeiro técnico foi o ex-jogador de futebol Glauco dos Santos, que começou e encerrou a carreira no Comercial Futebol Clube e teve passagens por clubes como Santos e Internacional, além do futebol mexicano.

“Ele chegou muito pequeno na escolinha no Clube da Polícia Militar, que fica na Rua Javari. Ele sempre foi muito mais forte do que os meninos. Tinha muita força física e, além disso, a relação com a bola era muito boa. Não era só força, ele com a bola no pé era muito bom. Ficou com a gente ali disputando os campeonatos, até chegar no Comercial, onde jogou o sub-13 e sub-15. Se destacou muito no sub-15 e despertou interesse de outras equipes”, diz Glauco.

Depois da oportunidade de jogar no Comercial, Felipe passou por outros seis times, segundo a mãe, entre eles Cruzeiro, Botafogo-SP e Avaí. A partir daí, fez sucesso no São Bernardo, no time sub-20 em 2021. Em 2022, passou a integrar a equipe principal do clube.

“A trajetória do meu filho, como jogador, foi maravilhosa. Foi tudo muito difícil, passava por dificuldade. A gente morava na comunidade da Vó. Às vezes, não tinha dinheiro para ir treinar, não tinha dinheiro para se locomover, aí ele ficou reconhecido lá no Comercial, onde ficou alojado lá e vinha só de fim de semana para casa depois do jogo”, lembra a mãe.

Vânia conta que muitas vezes o pai de Felipe o levava de bicicleta para treinar.

Ainda segundo o ex-treinador, no São Bernardo, o jogador estava de fato começando a carreira profissional.

“Muito novinho, né, 21 anos, mas já jogando um Paulista da Série A e também o Brasileiro, quase subiram na Série C. Estava trilhando, era uma promessa. Tenho certeza que se ele tivesse foco na carreira mesmo, ele seria um dos grandes atacantes do nosso futebol, porque ele é muito novo e combinava muito força e técnica. Ele era muito destemido. Não tinha medo de nada.”

Em uma nota de pesar divulgada nas redes sociais, o São Bernardo lamentou a morte do jogador e desejou forças à família.

“O São Bernardo Futebol Clube lamenta com imenso pesar a notícia do falecimento do nosso atleta Felipe Diogo Bernardes Ferreira (Felipe Diogo). Que Deus conforte o coração da sua família neste momento de profunda dor.”

Confusão termina em morte

Uma confusão com a família da ex-namorada na terça-feira em Ribeirão Preto, onde passava férias, pôs fim ao futuro promissor nos gramados.

Segundo Vânia, por volta das 19h, o filho ligou pedindo para que ela fosse até a casa onde estava com a ex-namorada, no Jardim Jandaia, zona Norte.

O casal estava afastado desde o dia 15 de outubro, quando a jovem registrou um boletim de ocorrência alegando que tinha sofrido agressões do atleta. O caso era investigado pela polícia.

“Ele falou ‘mãe, tem como você vir aqui?’. Eu moro a seis quadras da casa deles. Cheguei lá, o tio dela já estava na janela, armado com um revólver”.

Vânia conta que pediu para que a família da ex-nora explicasse o que estava acontecendo e chegou a dizer que tiraria o filho de lá.

“Falei [para o tio da ex-nora] ‘guarda esse revólver, não é justo você ficar com esse revólver, matar meu filho na minha frente’. Ele falou ‘não tem bala’. Nesse meio tempo, presenciei os dois irmãos dela [da ex-nora] chegando e agrediram o Felipe com capacetada. No que os amigos do Felipe vieram pra separar, a Daniela [tia da ex-nora] deu o revólver na mão do Cléber e ele já começou a atirar no meu filho”.

Relacionamentos anteriores

De acordo com Vânia, Felipe teve outras namoradas e nunca soube de problemas nos relacionamentos anteriores. Ele era pai de duas meninas, uma de 4 anos e outra de dez meses, frutos de relações diferentes.

“Nunca tive reclamação das ex-namoradas. Com as crianças ele era muito tranquilo, dava toda atenção do mundo, levava elas para passear.”

Acusação de agressão

Ao g1, a mãe do atleta colocou em dúvida a agressão denunciada pela ex-namorada, fato que teria motivado o crime.

“Será mesmo que houve agressão? Porque ela mesma foi lá e tirou a queixa na polícia e ela mesma tirou o pedido de medida protetiva. Se tivesse agressão mesmo, ela teria saído e procurado uma delegacia, feito o corpo de delito. Ali, na hora, eu estava presente, presenciei tudo”, afirma.

Segundo a mãe do jogador, por seis meses, tempo que ficaram juntos, o relacionamento era de provocação por parte da namorada.

“Eu quero justiça, muita. Tem que achar [o suspeito]. Porque se ele fez isso com meu filho, pode fazer com o filho de qualquer um. Não tenho mais vida. Tiraram um pedaço de mim e eu não tenho mais vida.”

 

Fonte: www.g1.globo.com



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