Avaliação é de integrantes do governo Lula diretamente envolvidos nas negociações; presidente usa peso do Brasil na América Latina para tentar retirar brasileiros de Gaza.
A avaliação de integrantes do governo Lula e da equipe de diplomatas que atua diretamente nas negociações conduzidas pelo Brasil à frente do Conselho de Segurança da ONU é a de que o primeiro mês da guerra na Faixa de Gaza acabou fragilizando todos os atores diretamente envolvidos no conflito, inclusive a própria ONU.
“A sensação é de frustração e paralisia diplomática”, diz uma fonte que atua na linha de frente dos diálogos. A incapacidade do Conselho de Segurança da ONU de aprovar uma resolução sobre o confronto, por exemplo, ficou explícita, além da sobreposição de interesses locais de superpotencias como Estados Unidos, China e Rússia a dramas humanitários.
Quem contabiliza perdas de credibilidade no cenário internacional anota também os danos à já avariada reputação de Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel.
No pré-guerra, Netanyahu era alvo de frequentes e volumosos protestos contra sua ofensiva sobre o poder judiciário de Israel. O conflito, num primeiro momento, travou as mobilizações.
Mas a agressividade da resposta israelense ao ataque terrorista promovido pelo Hamas colocou o primeiro-ministro de volta à vidraça, não só entre a comunidade internacional, mas internamente.
Moradores de Israrel, no fim de outubro, voltaram à ruas, desta vez para pedir um cessar-fogo.
Do lado dos palestinos, a ação brutal do grupo terrorista Hamas acabou fragilizando a atuação da Autoridade Palestina, que vinha se firmando como interlocutor moderado e confiável no cenário internacional.
Para completar o cenário de desalento, os brasileiros não veem nem um sinal de fim da guerra, nem um horizonte de como seria o “dia seguinte” desse evento.
Diante disso, a prioridade zero é tirar o grupo de 34 brasileiros de Gaza o mais rápido possível.
Para isso, o governo Lula lançou no último fim de semana uma ofensiva diplomática, inclusive sobre aliados poderosos de Israel, como os Estados Unidos.
Numa conversa com seu contraparte americano, o ex-chanceler Celso Amorim explicitou a ansiedade do Brasil e a deterioração do cenário.
Ele asseverou aos EUA que, na América Latina, o Brasil é quem “está segurando a onda” da reprovação a Israel –alguns países, como o Chile, retiraram embaixadores do solo israelense.
A ideia é puxar os americanos, que já tiraram centenas dos seus de Gaza, para os esforços de retirada dos 34 brasileiros que estão em Gaza.
Fonte: www.g1.globo.com
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